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A espera por esse clássico, é sempre uma realidade, assim como a sua representatividade e grandiosidade para o futebol, torcedores e fãs do esporte.: Itália e Espanha
Quando Itália e Espanha se enfrentam, os torcedores reconhecem a importância de uma das rivalidades mais antigas do futebol. A espera por esse clássico, é sempre uma realidade, assim como a sua representatividade e grandiosidade para a modalidade, torcedores e fãs do esporte. Na próxima quarta-feira (6), os italianos recebem os espanhóis em mais um duelo – desta vez, pela semifinal da Liga das Nações.
Apesar das seleções estarem passando por reformulações, a Azzura mostrou a sua força e conquistou a Eurocopa em 2021. Já a última taça conquistada pela Fúria também foi na competição europeia, em uma final emocionante contra os italianos em 2012.
Itália e Espanha se enfrentaram 36 vezes – são 10 vitórias para cada lado e 16 empates.
O primeiro duelo entre Itália e Espanha
O pontapé inicial da rivalidade histórica entre Itália e Espanha iniciou em 1920, nos Jogos Olímpicos. Em 1934, aconteceu o primeiro confronto em uma Copa do Mundo. O duelo teve um personagem a mais: o ditador Benito Mussolini.
Além de utilizar o seu poder para que o país pudesse realizar a Copa do Mundo, Mussolini realizou diversas ações para popularizar o futebol. Outro fato sobre o Mundial está relacionado as ameaças de Mussolini aos jogadores da seleção italiana: “Vitória ou Morte”, a frase era utilizada nos bilhetes distribuídos antes dos jogos terem início.
O confronto entre Itália e Espanha aconteceu pelas quartas de final e ficou conhecido como “A Batalha de Florença”. Ao longo da partida, sete jogadores espanhóis se lesionaram. Além da brutalidade, os anfitriões tiveram um gol irregular confirmado pelo árbitro belga. Com o empate em 1 a 1, as duas seleções voltaram a se enfrentar no dia seguinte em um jogo de desempate. E, novamente, a arbitragem voltou a ser polêmica e os espanhóis tiveram dois gols legítimos anulados e os italianos voltaram a ter um gol irregular de Giuseppe Meazza confirmado.
46 anos para o reencontro
A década de 80 foi marcada pelos confrontos na Eurocopa. O reencontro aconteceu em 1980, quando Itália e Espanha integravam o grupo B e ficaram no empate sem gols. Já em 1988, os italianos conquistaram a sua primeira vitória e eliminaram os espanhóis na fase de grupos.
Os anos 90 foram essenciais para que a rivalidade se fortalecesse. Sede dos Jogos Olímpicos de 1992, a Espanha venceu a Itália por 1 a 0 e o gol de Kiko permitiu que os anfitriões continuassem sonhando com o ouro inédito, que foi conquistado em um duelo emocionante diante da Polônia. Em 1994, foi a vez da Azzurra despachar os espanhóis nas quartas de final da Copa do Mundo, Dino Baggio marcou os dois gols italianos e Caminero balançou as redes para a Fúria.
Anos de ouro e declínio no futebol
O futebol é uma gangorra. Enquanto um time está no topo, outro está “lambendo as feridas”. E foi este cenário que marcou o futebol italiano e espanhol nos anos 2000. Comandados por Marcelo Lippi, a Itália comemorava o seu quarto título na Copa do Mundo e os espanhóis voltaram a vencer a Eurocopa após 64 anos.
Se a seleção espanhola estava colhendo os frutos de sua dedicação, uma crise abalou a Azzurra. Na Copa do Mundo de 2010, a seleção encarou mais uma eliminação na fase de grupos e a Espanha teve a sua primeira conquista na competição.
A redenção italiana poderia ter acontecido na edição Eurocopa em 2012. Apesar de ter surpreendido os torcedores ao eliminar a Alemanha na semifinal, a Itália reencontrou a Espanha na decisão. O duelo inédito foi favorável ao time de Vicente Del Bosque, que garantiu o tricampeonato com uma sonora goleada por 4 a 0.
Confronto em solo brasileiro e a decepção dos torcedores
Em 2013, o Brasil foi sede da Copa das Confederações. E mais uma vez, a rivalidade entre italianos e espanhóis se fez presente. A Arena Castelão foi o palco de um jogo emocionante e com decisão nas penalidades após um empate sem gols. E quem saiu vitorioso deste confronto foi a Espanha que venceu por 7 a 6.
Depois da competição realizada no “país” do futebol, o declínio atingiu a Itália e a Espanha. As campanhas das seleções na Copa do Mundo de 2014 foram decepcionantes – ambas foram eliminadas ainda na fase de grupos. Desconfiados, os torcedores vivenciaram momentos turbulentos antes da Eurocopa de 2016.
Italianos quebram jejum de 22 anos
27 de junho de 2016, Stade de France. Itália e Espanha se enfrentaram pelas oitavas de final da Eurocopa. A redenção italiana veio com um futebol imponente e com uma atuação de gala. A vitória por 2 a 0 classificou a seleção de Conte às quartas e após 22 anos, a Azzurra voltou a vencer os espanhóis em jogos oficiais. O que poderia ser sonho, acabou se tornando mais um pesadelo para os italianos, que amargaram mais uma eliminação nas penalidades – desta vez, diante da Alemanha.
O filme de terror parecia não ter fim para os italianos. E em 2017, mais uma decepção: a Itália não conseguiu se classificar à Copa do Mundo do próximo ano. Era o fim do futebol italiano? Qual seria o segredo para que a Azzurra reencontrasse o seu futebol?
Ao mesmo tempo que os espanhóis buscavam o bicampeonato na Copa, a Itália apostou em Roberto Mancini, que assumiu o comando técnico em maio de 2018. Mancini precisou reformular o posicionamento dos italianos em campo e aos poucos foi mostrando que a seleção poderia retornar como uma fênix.
A redenção italiana na Eurocopa
Apesar da reformulação, a Itália era uma das favoritas ao título na competição. A trajetória na fase de grupos foi convincente e com a liderança isolada no grupo A. Embora a desconfiança ainda fizesse parte do cotidiano do torcedor, Mancini atingiu a invencibilidade de 31 jogos diante da Áustria, nas oitavas de final.
O caminho não seria fácil. Nas quartas, o duelo foi diante da Bélgica, uma das sensações da Euro. Mais uma vitória italiana e classificação à semifinal. E uma velha conhecida entrou na disputa pela taça: a Espanha. Itália e Espanha buscavam a redenção após dolorosos anos de decepções.
E como toda rivalidade tem as suas emoções, no duelo entre as seleções não foi diferente. A Itália saiu a frente do placar com Chiesa e os espanhóis buscaram o empate com Morata. Com o resultado, a decisão foi para a prorrogação e depois às penalidades. A Azzurra foi para o seu primeiro confronto nos pênaltis e para os espanhóis seria o segundo jogo consecutivo.
Como toda a decisão por pênaltis, os goleiros brilharam. Donnarumma defendeu a cobrança de Morata e Jorginho garantiu a Itália na tão sonhada final. A vitória por 4 a 2 deu um ânimo a mais para a seleção comandada por Mancini, que encerrou a sua participação na Euro com um retorno triunfal.