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Dribles que proporcionavam alegria, dão lugar as vaias e, em muitas situações, os clubes não dão apoio psicológico na carreira dos atletas.
A rotina de um jogador profissional de futebol é cheia de desafios. Além dos treinos diários, viagens e jogos, os atletas acabam passando por algumas frustrações dentro de campo. Dribles que antes proporcionavam alegria aos torcedores dão lugar as vaias e, em muitas situações, os clubes não conseguem dar o suporte psicológico.
No Brasil, menos da metade dos clubes que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro possuem o departamento de psicologia. Segundo estudo realizado pela Federação Internacional dos Jogadores de Futebol (FIFpro), os jogadores profissionais sofrem mais de doenças psiquiatras do que o público em geral e 38% dos atletas que estão em atividade no mundo, sofrem sintomas de depressão e/ou ansiedade.
Campeão da Libertadores da América, o Palmeiras é um dos clubes pioneiros no suporte psicológico aos jogadores. O cuidado com a saúde mental dos jogadores inicia nas categorias de base e se estende ao profissional. De acordo com a psicóloga do clube, Gisele Silva, em casos especiais o acompanhamento é feito durante os treinamentos. ” É importante olhar para o atleta de uma forma para favorecer as reflexões e olhar para ele como ser humano comum, como eu, como você, e entender que ele não é uma máquina”, salienta.
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A preocupação com a saúde mental da comissão técnica e jogadores no interior do Rio Grande do Sul
Disputando a Série C do Campeonato Brasileiro, o Ypiranga, time de Erechim/RS, realiza suporte psicológico aos atletas e também membros da comissão técnica. O departamento de psicologia surgiu em 2018, com o objetivo de estabelecer condições e recursos técnicos psicológicos, por isso, o suporte conta com uma ação conjunta com a Universidade Regional Integrada (URI), abrangendo o diretor da área (psicólogo), estagiário, departamento médico e de futebol.
Segundo o psicólogo do clube, Paulo César Kautz, os torcedores transformam os atletas em super-heróis. “O atleta é antes de tudo um ser humano, e os problemas psicológicos destes são os mesmos que qualquer pessoa em suas atividades ou dinâmica de vida pessoal. A diferença do atleta é que existe uma grande cobrança por perfeição e permanente alto desempenho, pressão geradora de enorme tensão emocional, acompanhamento de uma grande expectativa do clube que o contrata, da sociedade, da torcida, da imprensa, das famílias e dos próprios envolvidos”, destaca o profissional.
O acompanhamento psicológico é realizado de forma contínua e se torna essencial no desenvolvimento de competências emocionais.
“O acompanhamento vai contribuir para que a comissão técnica e os atletas possam desenvolver um suporte emocional, de forma mais estabilizada, humanizada e equilibrada, apresentando os melhores resultados no desempenho, se associando ao trabalho conjunto com a parte física, tática e técnica”, salienta Paulo.
Embora o apoio psicológico ainda seja privilégio de poucos, é importante ressaltar que o pontapé é extremamente importante e um incentivo para outros clubes.
apoio psicológico na carreira dos atletas