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Responsáveis por mudanças significativas em alguns clubes, jovens presidentes começam a se destacar. No momento em que se discute renovação, ela passa justamente por eles. Mais importantes do que novos técnicos.
Nos últimos anos temos acompanhado o surgimento de novos treinadores no futebol mundial. Mesmo com pouca idade, já se destacam entre os melhores do mundo. Como Julian Nageslmann, que se tornou técnico aos 28 anos e, aos 32, se tornou o treinador mais novo a avançar em um mata-mata da Champions League. Não muito diferente, outros jovens surgem em outras áreas, como Steven Zhang, eleito presidente da Inter de Milão com apenas 26 anos.
Todavia, isso não é uma exclusividade do futebol europeu. No Brasil, grandes reestruturações de clubes passam diretamente por jovens dirigentes. Isso se tornou uma tendência principalmente no Nordeste, onde os presidentes do Bahia (Guilherme Bellintani) e do Fortaleza (Marcelo Paz) se destacam entre os “grandalhões” do futebol brasileiro. Mas assim como não é uma exclusividade europeia, também não é uma exclusividade nordestina. Em Minas Gerais por exemplo, Sérgio Rodrigues, presidente do Cruzeiro aos 37 anos, só não é mais novo do que Marcelo Paz, do Fortaleza, 6 meses mais jovem.
“Um diretor meu, o Maurício Guimarães (diretor financeiro), me disse para aproveitar que tenho energia para me dedicar ao clube. É um fato positivo. Por outro lado, as pessoas com mais idade tem mais experiência de vida acumulada, um networking. Tem esse contraponto”. – Marcelo Paz ao Super.FC.
O que jovens presidentes podem agregar aos clubes?
Num momento em que se discute muito a renovação de profissionais e modernização dos clubes, é animador ver profissionais engajados tão cedo. Todavia, juventude não significa competência. Ainda assim, a maioria desses novos dirigentes, vem mostrando em números, a positividade de seus trabalhos. No caso de Zhang, da Internazionale, ele atingiu recordes de receita e público da história do clube. Aqui no Brasil, esses novos presidentes não tem medo de inovar. O Bahia por exemplo, foi o primeiro clube nacional a criar uma marca própria de uniformes. Em seguida, o Fortaleza seguiu o mesmo caminho. Dessa forma, eles expandem a marca fornecendo material esportivo para outros clubes de menor expressão. A partir de afirmações como essa, o público nordestino começa a valorizar mais seu produto e deixar de torcer por times do sudeste por exemplo.
Outras vantagens que uma cabeça mais jovem e inovadora costuma trazer, diz respeito a importação de ideias. Muito do que possuem em comum, são viagens e visitas em eventos de gestão e inovação. Com isso, eles usam o diferencial da energia para se mostrarem mais presentes e dedicados aos clubes, como diz Marcelo Paz.
“Do ponto de vista de energia, a juventude ajuda sim. É uma demanda muito forte, uma demanda emocional, física, com viagens, ida para jogos, para treinos, concentrações. Às vezes, pegar um avião às 4h da manhã em Fortaleza para uma reunião às 11h em São Paulo e voltar porque tem um jogo. Uma pessoa com mais de 60 teria dificuldades para essa energia física”. – Marcelo Paz ao Super.FC.
Resultado esportivo
Contudo, o trabalho não se limita a gestão. Dentro de campo, os resultados também são positivos. Em 2020, o Fortaleza disputou pela primeira vez na sua história, uma competição internacional. Além disso, vem se firmando de vez na elite do futebol brasileiro. O Bahia, que já tem sua constância, vem batendo recordes de colocação no brasileirão de pontos corridos. Atingiu o recorde já em 2017, e em 2019 conseguiu quebrar o recorde de 2017. Na Inter de Milão, Zhang colocou o clube de volta em disputas de título. Foi vice-campeão italiano e vice-campeão da Euro League.
Como foi dito anteriormente, a idade não define a competência dos profissionais. Entretanto, tem sido positivo assistir novos presidentes surgindo com novas ideias e ajudando de fato seus clubes. Nem sempre o resultado será positivo, mas em um momento onde cobramos profissionalismo, a maioria tem mostrado essa premissa básica.