Capitais do Futebol, Futebol, Séries

Conheça o Rio de Janeiro, capital bairrista do futebol no Brasil.

Aproveitando a tentativa de mudança de nome do Maracanã, e os holofotes virados ao Rio de Janeiro, a série “Capitais do Futebol” embarca na capital fluminense. Conhecida como Cidade Maravilhosa, os cariocas não somente aproveitam a beleza de sua região, mas também fazem de sua cidade, um lugar enlouquecedor por futebol. Conheça o futebol bairrista do Rio de Janeiro:


Após o primeiro episódio da série “Capitais do Futebol” se passar em Buenos Aires, o PressFut leva você na bagagem para uma viagem de volta ao Brasil. Depois de atravessar 2.660 quilômetros, embarcamos no Rio de Janeiro para trazer mais uma vez, a cultura de bairro dos clubes cariocas. Aqui estão os 15 clubes cariocas, com sede própria, das cinco primeiras divisões do Rio de Janeiro:

OS QUATRO GRANDES:

. Botafogo de Futebol e Regatas (Classe nobre/Subúrbio): Ainda que tenha sido fundado com esse nome apenas em 1942, a data que remete à criação do Glorioso, possui como base, o dia 12 de agosto de 1904, dia de formação do clube voltado ao futebol, que mais tarde, 1942, sofreria uma fusão com o Clube de Regatas Botafogo, instituição criada em 1894 para fins de desportos aquáticos. Com isso, o alvinegro atingiu seu ápice nas décadas seguintes, mais precisamente nos anos 60, quando os craques Garrincha e Nilton Santos lideravam o time em busca de nove títulos.

Apesar de levar o nome do bairro de Botafogo, a Estrela Solitária manda suas partidas no Estádio Nilton Santos, bairro do Engenho de Dentro, subúrbio do Rio de Janeiro. Dentre seus grandes títulos, pode-se destacar: 2* Campeonatos Brasileiros, 1 Copa Conmebol e o Campeonato Carioca de 1989, que deu aos botafoguenses um título após 21 anos de “seca”.

Além disso, o Fogão é o clube que mais cedeu jogadores para a seleção, sendo que o clube possui grande participação nos títulos mundiais do Brasil, sendo Garrincha e Nilton Santos os mais renomados da lista.

*: Título vencido antes do Campeonato Brasileiro de 1971, considerado por muitos, como o primeiro campeonato nacional existente.

Estádio Nilton Santos (Foto: Victor Silva/Botafogo)
Festa da torcida alvinegra (Foto: Autor Desconhecido)
Estátuas de Nilton Santos, Garrincha, Zagallo e Jairzinho no lado de fora do estádio (Foto: Thiago Lavinas/Globoesporte.com)

. Fluminense Football Club (Classe nobre): Sediada no bairro das Laranjeiras, o Tricolor Carioca possui uma rica história de importância para o futebol brasileiro. Contendo como sua antiga casa e atual sede, o estádio das Laranjeiras abriga uma vasta história para o futebol nacional. Além disso, a casa tricolor já abrigou jogos de todos os rivais, sendo um dos estádios mais importantes e utilizados do Rio. Apesar de conter uma bela história, o Estádio Manoel Schwartz não recebe mais partidas profissionais do clube desde 2003. Por motivos de não suportar uma boa capacidade, o Fluminense realiza suas partidas no Maracanã.

Dentre seus grandes ídolos, pode-se verificar como o maior deles, o goleiro Castilho, jogador que viveu o Fluminense durante toda sua vida, sendo capaz até de amputar um dedo de sua mão esquerda, que faria o goleiro desfalcar o time durante dois meses, mas que por pedido do próprio goleiro, teve seu dedo mínimo retirado. Além de Castilho, o segundo maior ídolo do Fluminense, segundo pesquisa do jornal O Globo, é o atacante Fred, que ainda atua no clube.

Dessa forma, o Fluminense possui como seus maiores títulos e mais considerados por sua torcida, os 4* Campeonatos Brasileiros, 1 Copa do Brasil (2007) e a Copa Rio, título não-oficial que recebe por muitos, a alcunha de campeão mundial.

A belíssima vista da social das Laranjeiras (Foto: Extra Online)
Fachada da sede tricolor nas Laranjeiras (Foto: airbnb.com)
Lindo mosaico da torcida tricolor no Maracanã (Foto: Rodrigo “Rodo”)

. Clube de Regatas do Flamengo (Classe nobre): Apesar de ser um clube localizado em uma área abastada da cidade carioca, o rubro-negro é altamente conhecido como um clube do povo. Ainda que tenha um passado elitista, o Flamengo adotou, ao passar dos anos, uma postura de um clube da massa. Tal postura teve início com as contratações de Leônidas da Silva e Zizinho, grandes responsáveis pela popularização do clube. Além disso, o olhar atento da diretoria flamenguista para acontecimentos sociais e ações de marketing com as mídias da época, foram ótimas.

Com isso, o Flamengo se transformou de “elite” para “O Mais Querido”, alcunha que caiu nos braços do povo rubro-negro. Devido ao processo de massificação flamenguista, a torcida limitada ao Rio, ganhou o Brasil. Sendo assim, o Fla possui, sem dúvidas, a maior torcida do Brasil, que segundo algumas pesquisas, o rubro-negro obtém a maior torcida do mundo.

Além de sua torcida, o Flamengo possui grandes glórias, e vive uma de suas melhores fases da história. Contando com 7* títulos brasileiros, 2 Libertadores, 3 Copas do Brasil, 1 Copa Mercosul e 1 Mundial, o Mengo é uma das equipes mais vitoriosas do Brasil. Seus grandes ídolos são: Zico, divindade no clube, Júnior, Leandro, Dida, Gabriel Barbosa “Gabigol”, Nunes, Adílio e o restante de uma lista extensa.

Flamengo x Grêmio pela Libertadores 2019 (Foto: Staff Images)
Sede da Gávea (Foto: Globoesporte.com)
Estátua de Zico, maior ídolo da história do Flamengo (Foto: VEJA)

. Club de Regatas Vasco da Gama (Zona mais vulnerável/Subúrbio): Fundado em 1898 com o intuito de homenagear o grande navegador português, o Vasco da Gama possui uma das histórias mais lindas do futebol. Sendo o único clube grande do Rio localizado em uma área pobre e suburbana, o Gigante da Colina construiu uma história de glórias, lutas e vitórias. Após migrar para o futebol em 1915, a equipe conhecida como “Camisas Negras”, que era composta por jogadores negros, mulatos, pobres e operários, em pouco tempo obteve uma grande ascensão no esporte, subindo à elite do campeonato carioca. Sendo assim, os vascaínos surpreenderam à todos, conquistando o título um ano após subir de divisão. Tal feito gerou grande impacto no futebol e na sociedade carioca e brasileira, que na época, apenas ricos e brancos poderiam praticar o futebol, independente de sua habilidade.

Posteriormente ao título, os grandes clubes da elite (America, Botafogo, Flamengo e Fluminense) emitiram um comunicado e criaram uma nova liga, na qual o Vasco só entraria se expulsasse 12 jogadores de seu elenco e tivesse um estádio em boas condições. Com isso, os clubes da zona sul alegavam que o Vasco não apresentava jogadores com “condições sociais apropriadas” para disputa do campeonato. “Curiosamente”, todos os jogadores em questão, eram negros, analfabetos ou tinham origem humilde. Sendo assim, o Vasco desistiu de disputar o torneio, gerando a “Resposta Histórica“, mantendo todos os jogadores no elenco. Tal feito foi de suma importância na popularização do futebol no país, abrindo as portas para craques como Pelé, Garrincha, Didi, Barbosa e outros jogadores.

Além de sua bela história, o Vasco possui uma torcida apaixonada e imensa. Os vascaínos possuem a quinta maior torcida do Brasil, contando com, aproximadamente, 16 milhões de torcedores por todo o Brasil. Além disso, o Vasco obtém uma ótima galeria de títulos. Contando com 1 Libertadores, 4 Campeonatos Brasileiros, 1 Mercosul, 1 Campeonato Sul-Americano de Campeões e 1 Copa do Brasil, o Almirante é um dos maiores clubes do Brasil. Por fim, seus grandes ídolos são: Roberto Dinamite, Edmundo, Juninho Pernambucano, Romário, Barbosa, Ademir, Bellini e inúmeros outros grandes jogadores.

São Januário, estádio marcante na cultura do futebol bairrista do Rio de Janeiro.
Estádio Vasco da Gama, mais conhecido como São Januário (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)
São Januário e a Barreira do Vasco, favela com grande conexão com o clube (Foto: Autor Desconhecido)
A belíssima fachada neo-colonial de São Januário (Foto: Autor Desconhecido/Incondicionalmente Vasco)

SÉRIE A:

. Associação Atlética Portuguesa (Classe média alta): Fundada em 1924, a Lusa Carioca, apesar de sua grande tradição, nunca foi campeã da primeira divisão carioca, nem sequer ficou no pódio, mas certamente possui um bom histórico diante os pequenos clubes cariocas. Sendo assim, a Portuguesa possui como maior glória, duas Copas Rio, sendo a mais recente em 2016, período em que o rubro-verde conquistou 3 taças em dois anos. Sua melhor campanha na elite do Rio remete ao ano de 1936, quando a Lusa ocupou o quarto posto pela primeira e única vez.

Vale ressaltar que a Portuguesa já conseguiu a façanha de vencer o Real Madrid, no Santiago Bernabéu, quando os Blancos eram tricampeões nacionais. Tal fato é celebrado como um título para a sua pequena e resistente torcida. O rubro-verde também incomodou outros gigantes europeus. O Barcelona, por exemplo, empatou com o time da Ilha, já o Benfica virou vítima da Lusa Carioca, em pleno Maracanã por 3-1.

Curiosidades: Devido à expressão “dar zebra” e as façanhas da Portuguesa contra os “grandes”, o clube adotou o simpático animal listrado como seu mascote. Posterior aos anos de craque, o artilheiro campeão do mundo Vavá, vestiu a camisa do time da Ilha.

O pequeno e charmoso Estádio Luso-Brasileiro (Foto: Extra Globo)
Torcida da Portuguesa, clube marcante na cultura do futebol bairrista do Rio de Janeiro.
A pequena e louca torcida rubro-verde (Foto: Site Oficial Portuguesa)

. Bangu Atlético Clube (Subúrbio): Localizado na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, o alvirrubro, sem dúvidas, se trata de um dos maiores clubes cariocas. Possuindo uma imensa tradição, o Bangu é respeitado por todos os clubes e torcedores, habitando o coração de cada carioca. Contudo, não é só de apego que viveu, e vive o Bangu. Responsável por uma das campanhas mais empolgantes do Campeonato Brasileiro, os suburbanos chegaram na final do torneio, perdendo apenas nos pênaltis contra o Coritiba.

Apesar de nunca mais haver disputado a elite do futebol brasileiro, o Bangu era um constante problema para os grandes clubes. Com a ajuda de seu patrono e bicheiro Castor de Andrade, o clube do subúrbio carioca virou equipe continental, disputando a grande Copa Libertadores. Desse modo, o alvirrubro colecionou dezenas de craques nos anos 80, gastando o possível para conquistar títulos de grande importância. Sendo assim, passaram pelo Bangu: Marinho, Cláudio Adão, Mauro Galvão, Dé e muitos outros.

Vale ressaltar que o Bangu foi o primeiro clube a escalar um atleta negro no futebol do Rio. Além disso, o alvirrubro é detentor de 2 títulos cariocas (1933 e 1966), uma Taça Rio e um Torneio Rio-São Paulo. Para saber mais sobre a linda e maluca história banguense nos anos 80, clique aqui.

Rivalidades: Seu maior rival é o America, mas pela proximidade geográfica, possui o Campo Grande como seu segundo grande rival. Contudo, devido ao sumiço do Campo Grande na elite carioca, o Madureira se tornou um dos maiores rivais do Bangu, fazendo um belo clássico suburbano.

Estádio Moça Bonita, lugar marcante na cultura do futebol bairrista do Rio de Janeiro.
Estádio Moça Bonita, conhecido por todos como o mais quente do Brasil (Foto: Cenas Lamentáveis)
Torcida do Bangu, clube marcante na cultura do futebol bairrista do Rio de Janeiro.
Barra Brava “Castores da Guilherme” (Foto: Wikipedia)

. Madureira Esporte Clube (Subúrbio): Fundado no coração da Zona Norte do Rio, o Tricolor Suburbano, com certeza, é um dos clubes mais queridos do futebol carioca. Apesar de sua data de fundação constar para 1914, o Madureira só recebeu suas cores, e seu nome primitivo (Madureira Athletico Clube), em 1933. A iniciativa de mudança veio com a fusão do Fidalgo Football Club e o Magno Football Club, havendo grande participação dos comerciantes do bairro de Madureira.

Sendo assim, o Madura se engajou com as mudanças, conquistando o segundo turno do campeonato carioca ao vencer o Botafogo, nos pontos corridos. Tal título deu a oportunidade ao tricolor de disputar a final contra o Vasco, mas os comerciantes ficaram com um heróico segundo lugar. Junto às grandes campanhas de sua história, pode-se destacar um vice-campeonato da Série D do Campeonato Brasileiro (2010), e outro pelo Carioca em 2006.

Além disso, o Madureira pode se orgulhar de seus 7 títulos: 2 títulos de Taça Rio, 2 campeonatos de Torneio Início, 1 Copa Rio, 1 Troféu Carlos Alberto Torres e 1 Segunda Divisão Carioca. A partir disso, é possível considerar como seu maior título, a Taça Rio de 2006, vencida contra o Americano em um Maracanã com bom público.

Vale lembrar que o Tricolor Suburbano é um grande celeiro de craques. O Madura é responsável por revelar Waldo, Evaristo de Macedo, Jair Rosa Pinto, Lelé, Isaias, Léo Lima e Souza “Caveirão”.

Madureira, clube marcante na cultura do futebol bairrista do Rio de Janeiro.
O belo e charmoso Conselheiro Galvão (Foto: Madureira)
Estádio Conselheiro Galvão, lugar marcante na cultura do futebol bairrista do Rio de Janeiro.
Torcidas Organizadas do Tricolor Suburbano em partida contra o CRB (Foto: Comunicação, Esporte e Cultura)

Série A2:

. America Football Club (Classe Média Alta/Baixada Fluminense): Fundado em 1904, o Mecão é considerado por muitos, como o quinto maior time do Rio de Janeiro. Responsável por um passado glorioso e de imensa tradição , o Rubro é o clube mais “clonado” do Brasil. Apesar de anos passados na Série B carioca, o America continua ostentando o feito de ser o maior campeão estadual, fora da lista dos quatro grandes.

Com surpreendentes 7 títulos fluminenses, o clube tijucano não para por aí. Obtendo um campeonato nacional (Torneio dos Campeões de 1982), o Rubro não possui Brasileiro, mas esbanja uma semi-final em 86. O America também possui três títulos interestaduais, um intercontinental (International Soccer League), uma Taça Guanabara e uma Taça Rio.

Apesar de haver uma fama do clube ser da Tijuca, o America deixou de mandar suas partidas no bairro. Ao iniciar uma rotina de jogos em Edson Passos, bairro de Mesquita, o clube perdeu sua identidade e sua força. Ao passar do tempo e devido sua “perda de identidade”, o time do sangue iniciou um processo triste, e se apequenou aos poucos.

O clube ainda tem sua sede social na Tijuca, mas ainda sente falta dos jogos no bairro de Andaraí e também na Rua Campos Sales. Acredita-se também, que a decadência do clube se deve ao polêmico campeonato de 1987, na qual a CBF pôs o America na segunda divisão, mesmo sendo terceiro lugar da primeira divisão um ano antes.

Estádio Giulite Coutinho (Foto: Medium Leonardo Pimenta)
Estádio do America, clube marcante na cultura do futebol bairrista do Rio de Janeiro.
Parte exterior da casa americana (Foto: mapio.net)
Torcida Mangua Sangue apoiando o Mecão (Foto: Blog do Gervazio Placido)

Série B1:

. Centro de Integração Geracional 7 de Abril: Apesar de ser muito desconhecido do povo carioca, o Bairro de Paciência (Zona Oeste) possui um clube profissional de futebol, que conta com uma bonita história. Criado como uma Organização Não-Governamental (ONG), a equipe é presidida por Angélica dos Santos Rufino, uma mulher, acontecimento raro no futebol brasileiro e internacional.

Além disso, o 7 de Abril possui dois bonitos projetos: “Pé na Bola e Cabeça na Escola” e o “Espaço Cuidar”. O primeiro atua com adolescentes e crianças em atividades esportivas nos períodos em que não estão em aula. Já o segundo é responsável por ajudar na capacitação profissional de adultos, em cuidado aos idosos.

Davi, camisa 10 do 7 de Abril em foco (Foto: 7 de Abril)

. Campo Grande Atlético Clube: Se engana quem ouvir falar do Campo Grande e dizer que é mais um clube pequeno e desconhecido. Fundado em 1940, o Campusca é um dos times mais tradicionais do Rio, já sendo figurinha carimbada em muitos campeonatos estaduais. Apesar de toda sua história e tradição, o clube entrou em uma grave crise no fim dos anos 90, nunca mais voltando ao tempo de glórias.

Já no cenário nacional, os feitos do Galo da Zona Oeste engrandecem mais ainda o clube. Impulsionados por sua fanática torcida, o Campo Grande não foi à Segunda Divisão nacional, para passear na competição. Sendo assim, o alvinegro despachou o Goiás nas oitavas por 4 a 0, o River (PI) e o Uberaba nas semi-finais.

Com isso, o Campusca foi à final contra o CSA, na qual perdeu o primeiro jogo por 4-3 e venceu o segundo por 2-1, forçando um jogo decisivo. Sendo assim, o Estádio Ítalo del Cima estava abarrotado para o último confronto, na qual o Galo triunfou por 3 a 0 e se sagrou campeão da Segunda Divisão.

Por fim, seu grande rival é o Bangu, na qual fazem o chamado Clássico Rural. Devido a decadência do Campo Grande, o clássico não é disputado desde 1995. Apesar de estar há 25 anos fora da elite, o Campo Grande é o décimo terceiro clube com mais pontos na história do campeonato carioca.

Equipe do Campo Grande, clube marcante na cultura do futebol bairrista do Rio de Janeiro.
Time do Campo Grande no Campeonato Brasileiro de 83 (Foto: História do Esporte)
Time e torcida do Campusca unidos na foto (Créditos: Campo Grande)
Estádio Ítalo del Cima (Foto: FERJ)

. Esporte Clube Rio São Paulo (Classe Média): Fundado em 1952 pelo ex-jogador Flávio Teixeira, o alvinegro de Vila Valqueire possui como atividades o Futebol de Mesa e o Futebol Profissional. Apesar de ser um clube antigo, o Rio São Paulo começou atuando no futebol, apenas em 2006, pela Série B2.

Após três anos de Série B2, o alvinegro decidiu abandonar a competição, voltando apenas em 2010. Com falta de experiência nos torneios, o Rio São Paulo foi protagonista de maneira negativa em sua primeira Copa Rio. Apesar disso, em 2019, o clube se reergueu, indo à final dos playoffs da “terceirona” e vencendo o Maricá, conquistando o primeiro e único título em sua história.

Marquinhos do Sul, antiga promessa do Vasco jogando pelo Rio São Paulo (Foto: Globoesporte)

. Olaria Atlético Clube (Subúrbio/Zona mais vulnerável): Fundado em 1915, o Olaria se trata de um dos clubes mais tradicionais e queridos do Rio de Janeiro. Devido à bela ousadia de seus fundadores, o clube é fundado para a prática do futebol em plena Zona Norte e subúrbio carioca, localidade descriminada pela elite. Apesar de ser alviazul, o Olaria possuía as cores preto e branco, algo que seria alterado apenas em 1920.

Ao iniciar suas disputas nos campeonatos estaduais, o clube da Rua Bariri venceu seu primeiro título em 1931, conquistando, de forma invicta, o título da Segunda Divisão do Rio. Com isso, por pouco o triunfo olariense não foi superado em dois anos seguintes, já que o esquadrão alviazul chegou à final do campeonato de 1933, perdendo para o Botafogo.

Apesar de receber um tratamento como clube tradicional, mas com poucas glórias, o Olaria faz seus rivais engolirem goela abaixo, um feito histórico e nacional. Após passar por duas fases eliminatórias, o time suburbano chegou à fase semifinal, na qual precisava liderar seu grupo para ir ao jogo decisivo. Sendo assim, dito e feito. A equipe olariense foi ao jogo final, diante o Santo Amaro (PE), e não tomou conhecimento, se sagrando campeão nacional da Terceira Divisão.

Por fim, seu maior rival é o Bonsucesso, na qual formam o famoso Clássico da Leopoldina, que o Olaria obtém vantagem de vitórias.

Torcida Organizada do Olaria apoiando o clube (Foto: Torcida Jovem Olaria)
Rua Bariri, estádio marcante na cultura do futebol bairrista do Rio de Janeiro.
O famoso estádio da Rua Bariri (Foto: FutRio)

Série C:

. Bonsucesso Futebol Clube (Subúrbio/Zona mais vulnerável): Fundado em 1913 por meninos de 12 a 16 anos, o Rubro-anil da Leopoldina é o clube mais antigo de sua região. Responsável por inúmeros timaços e grandes craques nos anos 20 e 30, o Bonsucesso é conhecido nacionalmente por revelar Leônidas da Silva, grande craque brasileiro e jogador que popularizou a bicicleta no futebol.

Ainda que não possua grandes títulos, o Leão da Leopoldina é o décimo primeiro clube com mais partidas na primeira divisão do Rio. Além disso, o Bonsuça é o maior vencedor da segunda divisão carioca, conquistando 7 campeonatos ao todo e uma Copa Rio em 2019. Apesar de todo seu tamanho, o Bonsucesso enfrenta sua maior crise e pior fase em toda sua história, disputando uma melancólica quarta divisão.

Por fim, o Leão também é vice-campeão carioca de 1924, quando perdeu o título para o Vasco da Gama.

Torcida do Bonsucesso, clube marcante na cultura do futebol bairrista do Rio de Janeiro.
Torcida Rubro-Anil festejando (Foto: Bonsucesso F.C.)
Estádio do Bonsucesso, clube marcante na cultura do futebol bairrista do Rio de Janeiro.
Estádio Leônidas da Silva (Foto: Edilson Oliveira)

. Ceres Futebol Clube: Fundado em 1933, o Ceres está localizado em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ainda que não possua grandes glórias profissionalmente, se trata de um clube com muita tradição em sua região. Obtendo seu ápice nos anos 90, o Ceres, apesar de tudo, nunca foi à elite. Sua maior campanha na segunda divisão, foi em 1997, quando foi vice.

Contendo apenas dois títulos em sua história, o Ceres obteve sua última taça em 2019. Ao vencer o Campo Grande, o alviceleste terminou com um seca de 29 anos. Apesar de conquistar o título, o Ceres não subiu devido à FERJ criar a Série C, mantendo o clube na divisão. Ainda que seja pouco conhecido, o clube de Bangu obtém duas grandes revelações: Ademir da Guia e Eduardo da Silva.

O Ceres manda suas partidas no Estádio João Francisco dos Santos, com capacidade para 3 mil pessoas.

Toda simplicidade do pequeno estádio do Ceres (Foto: Futebol Gonçalense)
Parte externa do estádio (Foto: Wikiwand)

Série C:

. São Cristóvão de Futebol e Regatas: Criado em 1898, os Cadetes possuem uma das histórias mais tradicionais e sofridas entre os clubes do Rio. Conhecido nacionalmente por revelar Ronaldo “Fenômeno”, o São Cristóvão também teve em sua categoria de base: Leônidas da Silva, Zózimo, Orlando, Válber e Michel, meia gremista. Seu último grande título foi em 1965.

Apesar de sua escassez em glórias esportivas, o São Cristóvão obteve 3 atletas convocados para a Copa do Mundo, sendo um deles, autor de um gol do Brasil. Devido sua grande força nos anos 20 e 30, o Clube Cadete obtém a façanha de ser um dos 8 clubes campeões da elite. Além de seu título, os Alvos possuem um vice-campeonato em 1934, vencido pelo Fluminense.

Os Cadetes também possuem um Torneio Municipal do Rio, quatro Torneios Início e uma Segunda Divisão, sendo essa, sua última taça levantada. O clube também reclama de um título em 1937, sendo este, paralisado enquanto o São Cristóvão ocupava o primeiro lugar do torneio. Além disso, o clube perdeu a final da Copa Rio de 1998, ano de seu centenário, para o Fluminense, na prorrogação.

Nos dias de hoje, o São Cristóvão enfrenta sua maior crise em toda história, disputando a última divisão carioca. Por fim, Ronaldo, cria do clube, investe no Valladolid, time da elite espanhola, que recebe um investimento capaz de bancar 175 anos de São Cristóvão.

Curiosidade: O São Cristóvão é o único clube no mundo, que possui apenas um uniforme em seu estatuto.

São Cristóvão, clube marcante na cultura do futebol bairrista do Rio de Janeiro.
Estádio Ronaldo Nazário de Lima (Foto: Jornal do Brasil)

 

Torcida do São Cristóvão, clube marcante na cultura do futebol bairrista do Rio de Janeiro.
Torcida Garra Jovem do São Cristóvão, nos anos 80 (Foto: Torcida Garra Jovem)

ESTÁDIO JORNALISTA MÁRIO FILHO:

Mundialmente conhecido como o maior templo do futebol mundial, o Maracanã é sinônimo da casa de qualquer carioca e brasileiro. Com importância única e ímpar no futebol nacional, o estádio teve como seu maior idealizador, o Jornalista Mário Filho. Também conhecido como “o criador das multidões”, Mário foi um dos maiores incentivadores da cultura brasileira, do futebol nacional, da festa nas arquibancadas e da popularização do esporte.

O idealizador do maior e melhor estádio já existente no mundo, merece não somente uma, mas sim, inúmeras homenagens por todo Brasil. A importância do maior templo futebolístico brasileiro escreve a história do Rio de Janeiro e o amor do carioca por sua cidade, sendo esta, alvo de milhares de politicagens para nunca mais se ouvir o apelido de “Cidade Maravilhosa”.

Após sua reforma, sem nenhum apego ao que era o Maracanã, parece cada vez mais que existe uma tentativa dos políticos cariocas em retirar, à força, o falecido Maior do Mundo, das mãos de seu povo. Ainda que, sejamos totalmente contra ao novo batismo do Maraca, talvez ele realmente tenha que mudar seu nome. Não por apreço ao Rei Pelé, mas sim por fugir extremamente da ideia popular de Mário Filho.

A famosa foto do povão carioca na geral (Foto: Custodio Coimbra)
Torcida Flamenguista em jogo contra o Vasco, no ano de 1981 (Foto: Paulo Moreira)
A bela festa vascaína no Clássico dos Milhões em 1994, no antigo Maraca (Foto: Juha Tamminen)
Belíssima festa tricolor em 2008, pela Libertadores (Foto: Autor Desconhecido/ Extra Online)
Torcida do Fogão curtindo e comemorando em clássico contra o Flamengo (Foto: Juha Tamminen)
O saudoso e belo placar do Maracanã anunciando o gol (Foto: Juha Tamminen)
Pelada na geral, cultura marcante do futebol bairrista do Rio de Janeiro.
Geraldinos jogando bola (Foto: Marco Antônio Cavalcanti)
Faixas e protestos da torcida tricolor (Foto: Alexandre Campbell/Folhapress)
O bom humor na bancada rubro-negra (Foto: Ana Carolina Fernandes/Folhapress)

Essa foi a segunda postagem da série “Capitais do Futebol”, se você curtiu e quer saber sobre o futebol em mais lugares do mundo, deixe sua curtida, compartilhe e comente pedindo a próxima cidade. Muito obrigado!

Tiago Emanuel

Jornalista em progressão e amante do futebol passional.
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