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Depois de conquistar a Taça Rio, o Fluminense continua dando trabalho a Jorge Jesus. O técnico português confessou que a equipe tricolor jogou melhor no primeiro jogo, mas foi o rubro-negro quem saiu com a vitória. Nessa quarta-feira, chegou a vez de Flamengo e Fluminense definirem quem será o campeão estadual.
No último domingo, Fluminense e Flamengo se enfrentaram pelo primeiro jogo da final do Campeonato Carioca 2020. Entre um jogo equilibrado e as confusões no final dele, falaremos aqui sobre o equilíbrio do jogo. Tivemos sim, uma equipe melhor, como reconheceu Jorge Jesus ao elogiar o Fluminense. Mas o jogo foi parelho, como o próprio resultado diz.
Uma coisa interessante, é que esse Fluminense, comandado por Odair Hellmann, talvez seja o time brasileiro que mais tem batido de frente com o atual campeão brasileiro e da Libertadores. Não é uma equipe que se defende e tenta achar espaços, pelo contrário, ela ataca o tempo todo o Flamengo e consegue êxito em alguns momentos. Mas defensivamente, faltam-lhe peças para suportar os contra-ataques rubro-negros.
A pressão do Fluminense não surtiu tanto efeito, pois além da boa defesa do Flamengo, o tricolor pecou em algumas finalizações. Ao contrário do rival, o Flamengo soube muito bem aproveitar as falhas defensivas do Fluminense, desfalcado de Nino. Mas além disso, o bom aproveitamento rubro-negro fez diferença. Enquanto o Fluminense finalizou 10 vezes, acertando apenas metade no gol, o Flamengo finalizou apenas 6, contudo, sendo 5 vezes no alvo e marcando 2 gols.
Os gols do primeiro jogo
O primeiro gol da partida surgiu após uma enorme falha de Gilberto, lateral tricolor que fez o gol do título da Taça Rio no jogo anterior. Como bem mostra o vídeo abaixo, Gilberto abandona sua linha defensiva para dar o bote em um jogador que não era de sua responsabilidade. Como consequência, deixou o artilheiro Pedro – seu ex-companheiro – totalmente livre, de frente para o gol. Aguardando o momento certo em uma troca de passes, o Flamengo foi muito eficaz.
Entendendo o 1° gol do Flamengo na decisão de hoje:
1- Fluminense ocupava bem o campo defensivo com as linhas postadas
2- Gilberto erra na tomada de decisão e desmonta a última linha
3 – Ferraz fica contra 2 adversários
4 – Qualidade técnica do Fla acelera os passes e aproveita pic.twitter.com/1yhiuWB5Ho— Felipe Barros (@FelipeBMSa) July 12, 2020
Entretanto, a pressão tricolor uma hora daria resultado. Foi no segundo tempo, aproveitando a facilidade de atacar pelo lado de Rafinha, que Egídio achou o jovem Evanilson na área. Após um cruzamento baixo, o atacante antecipou Gustavo Henrique para marcar de frente para a baliza. Nesse caso, não houve nenhuma falha grande como a de Gilberto no Fluminense, mas a defesa do Flamengo errou. Aliás, Marcos Paulo e Egídio infernizaram a vida de Rafinha, que errou muito durante o jogo, sendo pouco efetivo.
Na imagem acima, é possível ver que o Fluminense aproveitou a deficiência defensiva do Flamengo pelo lado do Rafinha. Já o Flamengo, aproveitou a deficiência defensiva de Egídio, que subia justamente para atacar o Rafinha.
Depois do empate, o Fluminense continuou em cima, aliás, aumentou a pressão. Todavia, quando a virada parecia cada vez mais próxima, o Flamengo ligou um contra-ataque mortal que desempatou o jogo. Após confusão na área, Rafinha lançou Gabigol, que ganhou de Egídio e tocou para Michael marcar livre na área. Podemos considerar que os 3 gols do jogo tiveram suas falhas particulares.
Como mostra a imagem acima, durante o segundo tempo, a pressão do Fluminense foi tão forte, que onde a seta está em amarelo, foram perdas de bola do Flamengo, que geraram situações de perigo para o Fluminense (contando apenas as chances que tiveram finalizações). Para se ter uma comparação, durante todo o jogo, o Fluminense só perdeu uma bola assim, no primeiro tempo.
Clássico equilibrado
Como vimos, na hora de atacar, o Fluminense intimidou mais, porém, o Flamengo foi mais eficaz. Contudo, olhando para o jogo como um todo, vemos um equilíbrio interessante. Na imagem acima, observamos os duelos do jogo, que ficaram completamente empatados (50%). Se olharmos a posse de bola, o Flamengo, time de melhor qualidade, ficou com 54% contra 46% do Fluminense. Entretanto, a profundidade dos passes, foram tricolores. O Fluminense obteve 13% de passes em profundidade contra 8% do Flamengo.
Assim, os ataques tricolores tinham mais chances de acontecer. Não havendo uma qualidade técnica como a equipe do Flamengo, o Fluminense apostou nas finalizações e cruzamentos. Na imagem abaixo, é possível notar a diferença na quantidade de bolas aéreas. Outro ponto, é a distância da execução dos cruzamentos.
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Mesmo sendo surpreendido pela equipe tricolor, o Flamengo de Jorge Jesus é maduro o suficiente para ter paciência de encontrar espaços de forma técnica. Mesmo que o segundo gol tenha saído de forma pouco usual, ele veio a partir da experiência e visão de jogo de Rafinha, que encontrou a qualidade de Gabigol que tocou para Michael livre na área.
Amanhã, tudo indica que o campeão será decidido mais uma vez nos detalhes. Ambas equipes possuem condições de levantar o troféu. O Fluminense conta com a volta de Nino, reforço importantíssimo. No lado rubro-negro, Gabigol não jogará, pois foi expulso no fim da partida. Portanto, teremos mais um bom jogo nessa quarta-feira.