- Botafogo e Vasco se enfrentam em busca dos melhores objetivos no Brasileirão O Estádio Nilton Santos recebe Botafogo e Vasco pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro, nesta terça-feira (05). - 5 de novembro de 2024
- “A torcida do Botafogo que me colocou ali. Nós somos um grande amor!”, diz Fernanda Maia Fernanda Maia é locutora do estádio do Botafogo desde 2019 - 5 de julho de 2024
- Almada desembarca no Galeão para se apresentar no Botafogo Thiago Almada se torna a contratação mais cara da história do futebol brasileiro, superando Luiz Henrique, também do Botafogo. - 4 de julho de 2024
Com o crescimento de números negativos, a discussão sobre o uso do VAR no Brasil volta a pauta esportiva. A discussão se mostra importante nesse momento onde o trabalho dos profissionais responsáveis precisa ser revisto pela CBF.
Segundo o Espião Estatístico dos canais esportivos da Globo, o número de vezes em que as partidas foram paralisadas para consultas do VAR subiu em 68% nessa temporada. Considerando os 54 jogos disputados até aqui (6 rodadas) já tivemos 141 paralisações em relação a 84 na temporada anterior (2019). Entretanto, o tempo médio não mudou muito, crescendo apenas 3% (de 1min40s para 1min43s). Ainda assim, o tempo total gasto nas paralisações é assustador. Na partida entre Santos e Flamengo, válido pela sexta rodada, foi gasto 10 minutos para analisar 2 gols do Santos. Por isso, o tempo total aumentou em 74%. De 139 minutos no ano passado, foi para 242 minutos neste ano.
Outro ponto importante, é o crescimento no número de mudanças de decisão dos árbitros. Seis, apenas uma a mais do que em 2019, contudo, o dobro dos padrões internacionais.
“O número de mudanças de decisão por erros claros é uma das formas para avaliar o desempenho da arbitragem. A origem dos erros no Brasileirão não está no VAR, mas na falta de treinamento contínuo para os árbitros. Afinal, o VAR ganha outra dimensão quando o árbitro erra no campo. Não se pode exigir excelência de quem não treina diariamente no campo de jogo. Enquanto essa realidade da arbitragem brasileira não mudar, as consequências serão sentidas em campo.” – Sandro Meira Ricci, comentarista de arbitragem da Globo.
VAR interpretativo?
São Cenas Lamentáveis!
Gatito deu uma BICUDA na cabine do VAR kkkkkkk pic.twitter.com/blIeNJhWyE
— Cenas Lamentáveis (@CLamentaveis) August 29, 2020
Ainda na sexta rodada, que talvez seja a mais polêmica até aqui em relação ao uso do VAR, iremos ao Rio de Janeiro. Na partida entre Botafogo e Internacional, o alvinegro carioca assim como o Santos, teve 2 gols anulados. O primeiro, impedimento milimétrico que para a tecnologia do VAR, não cabe discussão. O segundo, o VAR acionou o juiz por conta de uma falta no início da jogada. Para os profissionais de arbitragem que comentaram a decisão de anular o gol, talvez o VAR tenha interferido demais. Isso porque o Internacional não tinha a posse da bola e o Botafogo ainda trocou cinco passes até construir o gol. Além disso, o lance é interpretativo. Ou seja, o VAR começou a interferir em lances interpretativos longe da origem do gol.
Todavia, dentro da regra, o juiz tem total direito de anular esse gol, como aconteceu. Mas a discussão paira sobre dois aspectos: primeiro, se o lance é interpretativo, e o VAR decide, qual função sobrou para o juiz de campo? Aí entra o crescimento no número de mudanças de decisão dos árbitros. Nossos árbitros estão levando mais tempo revendo diversas vezes os lances, em câmera lenta, e com a pressão dos jogadores do que o recomendável. O segundo ponto é: a incoerência levanta dúvidas inevitáveis. Se dessa forma anularam o segundo gol do Botafogo por uma falta em um pré-lance, por qual razão o juiz não foi chamado para rever um pênalti não marcado no zagueiro do Botafogo que na sequência resultou no segundo gol do Inter?
– Está muito claro para mim que o árbitro de campo não está bem preparado, ele está dependente da ferramenta do VAR. O árbitro brasileiro perdeu o conceito do que é falta. O posicionamento, a mecânica de arbitragem, a forma de apitar o jogo… A cartilha foi abandonada em detrimento da ferramenta. Me parece que a CBF capacitou só para o VAR e as horas de treinamento para o vídeo foram muito maiores do que as horas para treinamento de campo de jogo. – Sálvio Spinola, comentarista de arbitragem da Globo.
Discussões e expectativas sobre o uso do VAR
Sofre a agressão, encara e pede o VAR. Nada?
Então a solução de Diego Costa, 21 anos, foi ganhar todas, na bola, até o fim do jogo.
Nem sempre o exemplo vem dos mais experientes.#MadeInCotia 🇾🇪
Imagens: @canalpremiere / @globoesportecom pic.twitter.com/ETCoHIBpTi
— São Paulo FC (@SaoPauloFC) August 31, 2020
Portanto, se no início do ano, mostramos que a estreia do VAR em 2019 foi bem dentro do possível (clique aqui para ver), nesse início de brasileirão não podemos afirmar o mesmo. O papel do árbitro está sumindo aos poucos dentro de campo, e o VAR está mais lento ainda. Tínhamos a expectativa de queda no tempo, não o contrário. Podemos atribuir dois fatores para isso: o primeiro, é a condição tecnológica oferecida pelo árbitro de vídeo do Brasil, e a capacitação dos nossos árbitros. O segundo fator, é o excesso de zelo ou, no linguajar popular, o famoso “caçar pelo em ovo”, buscando sempre encontrar alguma irregularidade.
Segundo a CBF, foi considerado que todos os lances decididos pelo VAR foram acertados. Mas novamente, a discussão não é se está certo ou errado. A discussão são os contextos em que cada jogo e cada lance estão inseridos. Por isso, a entidade admitiu que, pelo menos, o tempo gasto com revisões precisa melhorar. Portanto, treinamentos online estão sendo feitos e a tendência é que eles sejam intensificados presencialmente.
Veja a tabela feita pelo Espião Tático apresentada pela Globo
O uso do VAR em 54 jogos do Brasileirão em 2020 em comparação com 2019
Eventos | 2019 | 2020 | Variação |
Paralisações para consulta ao VAR | 84 | 141 | 67,9% |
Tempo médio consumido pelas paralisações pelo VAR | 1min40s | 1min43s | 3,0% |
Total de tempo consumido pelo VAR | 139min | 242min | 74,1% |
Mudanças (decisão inicial do árbitro foi alterada após parada para o VAR) | 26 | 32 | 23,1% |
Tempo médio consumido quando houve mudanças | 2min35s | 2min21s | -9,0% |
Tempo médio consumido pelo videoárbitro quando houve mudança | 1min24s | 1min34s | 11,9% |
Tempo médio consumido pelo árbitro quando mudou | 1min19s | 1min20s | 1,3% |
Sem mudança (decisão inicial do árbitro foi mantida após o VAR) | 58 | 109 | 87,9% |
Tempo médio consumido quando não houve mudanças | 1min14s | 1min32s | 24,3% |
Tempo médio consumido pelo videoárbitro quando não houve mudança | 1min06s | 1min31s | 37,9% |
Tempo médio consumido pelo árbitro quando não mudou | 1min20s | 1min01s | -23,8% |