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Destaque no Bordeaux, o volante Otávio cedeu uma entrevista para a PressFut e falou sobre o seu momento na França e a atual paralisação do futebol por conta do novo coronavírus.
Revelado pelo Athletico Paranaense, Otávio foi vendido para o Bordeaux em 2017 por 27 milhões de reais. Na época, ele era um dos destaques da equipe brasileira. Atualmente, após temporadas de adaptação, o jogador se firmou na equipe Francesa e teve seu contrato renovado após ser um dos destaques da equipe.
Para a PressFut, o volante falou sobre o seu momento e contou um pouco dos seus objetivos. Leia a entrevista na íntegra:
- Você vem sendo titular e jogou a maioria dos jogos do Bordeaux na temporada. Recentemente, anunciou sua renovação com o clube. Como foi sua adaptação na França e como você vem se sentindo no clube?
Fico muito feliz de estar num clube grande aqui da França e estar podendo ser um dos atletas mais utilizados dentro do campeonato, e um dos principais atletas do clube. Então eu busco o objetivo que eu vim lá atrás, que é de me firmar no clube e poder mostrar o meu valor. Graças a Deus vem acontecendo e tenho certeza que vou continuar buscando evolução, cada vez mais demonstrando a minha qualidade, meu potencial, podendo evoluir cada vez mais para que possa representar o clube da melhor maneira possível.
Minha adaptação no começo sem dúvida foi um pouco difícil. Por conta do clima, do idioma, de todas essas dificuldades que a gente tem de estar chegando em um outro país, com uma cultura totalmente diferente. Mas a primeira temporada foi uma temporada de adaptação, a segunda já comecei a me sentir melhor e a terceira foi uma temporada no qual eu me firmei. Então eu espero que a quarta seja melhor ainda para que eu possa continuar alcançando meus objetivos individuais juntamente com o coletivo, que esse é o meu maior objetivo.
- Na atual temporada, observamos um equilíbrio maior no seu estilo de jogo. Acostumado a ajudar na marcação e na saída de bola, hoje você é o segundo jogador com mais assistências no Bordeaux e anotou 2 gols. Essa mudança foi feita por um esquema de jogo do treinador ou é algo que você tem buscado melhorar?
Como eu citei anteriormente, a gente vem com o objetivo de ser um dos principais atletas não só do clube, mas também para a liga. Então cada ano que se passa eu venho evoluindo, continuo numa crescente dentro do clube, espero que a próxima temporada seja melhor ainda e mais completa do que foi essa.
E sem dúvida a equipe me ajuda muito, o esquema, a formação tática e o estilo de jogo da equipe esse ano favoreceu também o meu individual. Espero que a gente possa continuar fazendo com que o individual de cada atleta possa se realçar através do nosso grupo, que é um grupo que tem muito pra crescer, pra evoluir, e muito pra mostrar ainda com toda qualidade da nossa comissão técnica, diretoria e tudo que eles tem projetado para o nosso futuro próximo.
- Falando em marcação, um dos seus adversários na França é o Neymar. Como foi e como está sendo a missão de marcar um dos maiores atacantes do mundo?
Verdade. Sem dúvida o Neymar é um atleta diferenciadíssimo. E jogar contra atletas de qualidade e atletas de improviso é muito difícil. A gente fica feliz porque além de ser um jogo que te motiva, é um jogo que te faz também superar. Contra esses grandes atletas a gente faz algo que é diferente de todos os outros jogos. A gente tem uma atenção e um cuidado maior, a gente procura fazer grandes jogos para que possa estar sendo visto por todos. Então espero que ele continue sendo esse atleta e espero que ele continue aqui na França. Para que possamos ter a oportunidade de estar tendo esses grandes jogos também, mostrando toda nossa capacidade e nossa qualidade dentro de campo contra esses grandes adversários.
- Nesse tempo de pandemia, a rotina certamente tem sido diferente para todos. Como está sendo essa fase distante do seu país de origem? Há uma preocupação com os familiares no Brasil?
Muitas pessoas citaram que aqui na França não estava nem tão crítica a situação e já optaram por encerrar o campeonato. Mas são coisas que cada país, cada direção, cada governo tem a sua maneira de lidar. Então a gente fica sabendo que foi uma situação que eles não queriam tomar, mas no momento foi a mais correta. Não só nós atletas do Campeonato Francês, mas também de todas as pessoas. Nossos familiares, as pessoas que temos convívio até dos torcedores também e de todos, porque a vida continua, não é só o futebol, tem as outras profissões, todas as outras pessoas que dependem muito do fluxo de pessoas, das aglomerações. Então foi uma decisão que eu creio que foi acertada.
No Brasil, a gente sabe que devido a tudo, é bem mais crítico do que aqui na França, tem bem mais necessidades. Eu acho que isso é uma decisão tomada de cada governo. Não posso falar que deveria fazer igual ou que deveria fazer diferente. Cada país tem sua maneira de lidar com a situação. Espero que as pessoas que estão à frente do Brasil possam tomar a melhor decisão para que as pessoas possam sofrer o menos possível. É uma coisa que não tenho que optar ou que falar, só peço que Deus dê sabedoria a todos os líderes e as pessoas para que possam tomar as opções corretas e as pessoas saiam dessa situação com menos perda possível, mais unidas, mais fortes e saiam desse momento tão crítico para que possa todo mundo ter sua vida normal e ter de volta o amor de seus familiares.
- Na França, o Campeonato Nacional foi encerrado. No Brasil, pretendem retornar Campeonatos Estaduais. O que você nota de diferente entre o Brasil e a França nesse momento? Acha que o Brasil tem condições de fazer diferente da França?
Aqui sem dúvidas foi uma rotina um pouco diferente, nunca tinha vivido isso. No começo foi um pouco mais difícil você ter que ficar somente em casa, sem poder sair, sem poder ter sua vida normal. Não digo nem de treino, digo sua vida mesmo, o pessoal, o familiar. Aos poucos a gente foi se adaptando ao novo estilo de vida. Espero que não por muito tempo, né.
Aqui na França as coisas estão começando a voltar como era antes, comércio, a gente já está podendo sair à vontade, só que com os cuidados de saúde. Mas a gente já tem de volta algo um pouco parecido com o que era antes. Espero que com o passar do tempo as coisas possam se normalizar cada vez mais e nossa vida volte a ser como era antes. Sair de casa sem ter a preocupação com o vírus ou com qualquer outro tipo de coisa que venha fazer mal.
Quanto a minha família, sem dúvida a gente tem preocupação, até para evitar com que a gente leve o vírus ou que eles se contaminem também. A gente optou por nessas férias continuar aqui na França, continuar cuidando da nossa parte física também e resguardando os nossos familiares. Quando a gente está no nosso país de origem é aglomeração de pessoas, muitos amigos indo nos visitar, indo nos ver, então é um momento que a gente preferiu cuidar dos nossos familiares e de nós também, ficar um pouco reservado. Sabendo que a gente está sempre mantendo o contato, perguntando como eles estão, graças a Deus estão todos bem.
E a gente vê cada vez mais o crescimento nos números do Brasil, espero que essas coisas possam se normalizar e a gente possa ter nossos familiares o quanto antes possível, para poder abraçar, beijar e ter o carinho deles.
- Você chegou no Athletico Paranaense bem novo em 2009, nas categorias de base, e saiu em 2017, no profissional. Durante esse tempo o clube evoluiu muito até conquistar recentemente a Sul-americana e a Copa do Brasil. O que você notou na metodologia do clube nesse tempo em que esteve no Athletico que pode ser a consequência desses títulos?
“Athletico já é um dos principais clubes, mas tenho certeza que estará ali entre os 3 clubes do Brasil”. – Otávio.
O Athletico sempre foi um clube que, não só nesse período que eu passei, sempre foi um clube que demonstrou evolução, planejamento, a filosofia dos líderes que estão no clube. O Athletico hoje criou uma identidade. Acho que ainda demorou para conquistar esses títulos que conquistou recentemente, já deveria ter conquistado antes.
Tenho certeza que vai continuar conquistando não só pelos atletas, pelo clube, pela torcida apaixonada, mas também pelos dirigentes que estão à frente, que tem uma filosofia, uma maneira de lidar e uma maneira de passar temporada a temporada.
Creio que é um projeto ambicioso que tem muito ainda para conquistar e eles estão no caminho certo. Esses anos que eu passei no clube só tenho que agradecer tudo que o clube fez por mim, o tanto que eu evolui não só como atleta, mas como pessoa também. E creio que o Athletico vai continuar revelando muitos atletas.
Já é um dos principais clubes, mas tenho certeza que estará ali entre os 3 clubes do país, conquistando todo ano algum campeonato de nível nacional e até sul-americano, porque é um clube que tem uma gestão e profissionais com um pensamento só, procurando sempre o melhor para o clube.
Tenho certeza que o Athletico vai continuar crescendo mostrando todo o seu valor e fazendo atletas em casa, isso que é o mais importante. Precisa-se de estrutura, precisa-se de tempo e está só agora colhendo os frutos que começou a plantar desde muitos anos atrás.
- A próxima temporada da França deve começar no final de agosto. Quais são suas expectativas dentro de campo?
A temporada nossa provavelmente vai começar no fim de agosto e a gente está de férias. A pré-temporada começa dia 22 de junho, mas continuo mantendo minha forma física, continuo mantendo as atividades. Com certeza motivadíssimo para que a próxima temporada seja uma temporada de mais sucesso que foi essa temporada. Não só individual, mas principalmente no coletivo, pois tenho certeza que ele se destacando, o individual de cada atleta ele realça. Espero poder fazer o meu melhor e contribuir com o clube para juntos conquistarmos coisas importantes na temporada 2020/21.
- Você foi líder de desarmes na temporada 2018/19 e segue sendo destaque no Bordeaux. Pretende seguir no clube ou sonha disputar outra liga do futebol europeu?
A gente continua com os objetivos como eu te falei, individuais, coletivos. Estou muito feliz aqui no clube, muito feliz com tudo que venho conquistando. Espero poder contribuir cada vez mais com o clube. Meu primeiro objetivo é levar o Bordeaux de volta para onde ele nunca deveria ter saído, que é ser um dos principais clubes aqui da França, estar brigando sempre por título, conquistando vaga em Champions League.
Óbvio que eu tenho meus objetivos pessoais de estar disputando as grandes competições europeias, mas por que não fazer isso com o clube no qual eu estou defendendo hoje? Então tenho os meus objetivos, vou continuar procurando evoluir, procurar melhorar os meus números individuais, procurar me destacar cada vez mais.
Mas pretendo junto com o clube crescer e evoluir. Claro, se vier algo melhor, que possa alavancar e me colocar no nível mais alto da minha carreira com certeza a gente vai ver com bons olhos. É isso que a gente procura. Estar sempre evoluindo, sempre crescendo.
O Bordeaux sem dúvida tem me ajudado muito nesses objetivos que eu tenho individuais. Agora, eu quero ajudar o Bordeaux a também conquistar no coletivo. Quero fazer parte da história do clube, quero poder deixar meu nome marcado por muitos e muitos anos na história do clube.
- A Seleção Brasileira é um objetivo?
Seleção Brasileira é sonho de qualquer atleta de alto nível. A gente continua com esse sonho, continuo fazendo o meu melhor, mas claro que preciso primeiramente estar no meu mais alto nível dentro do Bordeaux. Conquistando títulos para que a seleção possa vir.
Então, como eu te falei, vou procurar sempre dar o meu melhor aqui no clube, procurar sempre fazer com que eu evolua aqui dentro e consequentemente a Seleção Brasileira tenho certeza que ela virá. Sem dúvidas tenho objetivos, tenho metas para que possa sim chegar à Seleção Brasileira e representar o meu país.