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Estudos mostram cada vez mais preocupações com algumas atividades do futebol. Tanto os cabeceios voluntários, quanto os choques de cabeça involuntários, representam perigos para o ser humano de diferentes idades e com distintas sequelas.
Como esporte de contato, o futebol exige situações de disputa e improviso. Muitas vezes, para vencer a defesa adversária, uma jogada aérea com finalização de cabeça é o caminho escolhido. Entretanto, o momento que pode gerar tanta emoção, se mostra perigoso para algumas pessoas. Tanto o ato de cabecear a bola, quanto um possível choque de cabeça com o adversário, são perigos que podem deixar grandes sequelas.
Seguindo a cartilha dos Estados Unidos e da Escócia, a CBF pretende recomendar o fim dos treinos de cabeceios para crianças menores de 12 anos. O objetivo é prevenir problemas cognitivos nesse jovens que ainda estão no período de formação do sistema nervoso, o que pode gerar distúrbios de atenção, memória de fixação e memória verbal.
Ainda não há nenhum estudo científico mostrando que o impacto da bola de futebol na cabeça de crianças cause danos, contudo, é sempre importante evitar qualquer pancada na cabeça, principalmente na fase de formação dessas crianças. Até os 13 anos, é recomendado valorizar a parte lúdica delas, trabalhando a parte técnica somente depois disso. Jorge Pagura, médico e neurocirurgião da CBF, lembra que “Não se pode fazer craque com essa idade. Esse é o período de se ver as aptidões.”
Os impactos na nossa mente
Um estudo obtido pela VEJA, revelou que as pancadas na cabeça em disputas aéreas, produzem algumas sequelas. A mais grave delas é a encefalopatia traumática crônica (ETC), que altera a memória e a cognição, distúrbio neurológico derivado de pancadas sucessivas e repentinas. Não é como ficar batendo com a cabeça na parede, mas depois de um certo tempo, principalmente na aposentadoria, as consequências podem vir a tona.
Após a morte de Bellini, por exemplo, constatou-se que o que por anos foi tratado como Alzheimer, na verdade era demência pela ETC, fruto do choque com outros atletas na época em que era jogador, conhecido por sua raça dentro de campo. Esse tipo de exame é feito apenas depois da morte, e os indícios da doença, não tem um tempo exato para se manifestarem.
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Um levantamento da CBF apontou que as pancadas na cabeça são a segunda maior incidência de lesões no futebol brasileiro, ficando atrás apenas das lesões musculares. As concussões (contusões cerebrais), empatam com lesões nos joelhos e ascendem um alerta na Confederação de Futebol. Seguindo protocolos da FIFA e do IFAB (órgão internacional que regula as regras do futebol), a CBF têm atualizado constantemente os documentos que os clubes brasileiros devem seguir.
Não é o fim dos cabeceios
A concussão por mais perigosa que seja, é tratada como normal. Talvez pela frequência, ou por domínio médico. Todavia, ela pode apresentar diferentes graus de sequelas. O meia Zé Rafael, do Palmeiras, experimentou uma situação complicada após um choque com o goleiro Tadeu, do Goiás.
“Mesmo estando consciente, tem uns 40 minutos entre eu sair de campo e chegar até o hospital que fiquei sem saber o que estava fazendo. A gente vê no futebol que sempre tem pancada de cabeça, mas nunca tinha imaginado que fosse um negócio tão complicado quanto eu senti, em que você perde memória e os sentidos por um momento.” – Zé Rafael ao Estadão.