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O ano de 2020 parecia ser promissor para as plataformas de streaming. Contudo, a realidade atual é outra: a DAZN sofre crise no Brasil e deixa o país devolvendo direitos de transmissão.
Devido à pandemia do novo coronavírus e burocracias brasileiras, o cenário do streaming esportivo viveu altos e baixos durante 2020. No Brasil, o ano começou com a DAZN, principal plataforma de transmissão esportiva, prometendo grandes eventos. Com grandes expectativas, a plataforma contratou nomes de destaque do jornalismo esportivo, como Rafael Oliveira, que deixou a ESPN. Contudo, muita coisa mudou ao decorrer da temporada.
Com os direitos de transmissão da Recopa Sul-Americana, a plataforma cresceu em 35% no Brasil. Entretanto, com a chegada da pandemia, os eventos esportivos, como tudo de menos importante da sociedade, foi paralisado. Sem transmissões, o principal produto ficou comprometido. Com isso, as primeiras baixas. Competições como a Ligue 1 e a Serie A italiana deixaram a grade brasileira. Na ocasião, um ato temporário, segundo a própria DAZN. Mas como foi constatado, o contexto reservava o pior. Tudo o que a DAZN conquistou no início do ano, estava indo embora, já em março, quando começou a quarentena.
Todavia, parte dessa perda de assinantes começou antes. Depois da Recopa, a plataforma perdeu 15% de seus assinantes. Os motivos estão entre: saída em massa da torcida do Flamengo, grande responsável pelo aumento de 35%; e a crise no Brasil. De fato, a pandemia foi o maior fator. Mas mesmo sem ela, o consumidor já vinha sofrendo antes. O país vive o maior desemprego de sua história e a economia está completamente fragmentada.
A ilusão da nova Medida Provisória
Mas foi durante a volta dos campeonatos estaduais, que surgiu uma esperança para as plataformas de streaming. Em junho, a diretoria do Flamengo se reuniu com o Presidente da República, Jair Bolsonaro, para criar uma medida provisória que beneficiasse o clube naquele momento, sem transmissão na TV. A partir disso, outros clubes se juntaram ao rubro-negro na tentativa de terem o direito de transmissão quando fossem mandantes dos jogos. Entretanto, pouca coisa mudou para a DAZN, que ainda vive a crise. Na ocasião, o Flamengo fechou com a plataforma “MyCujoo”. Contudo, ela não aguentou a quantidade de acessos e o clube transmitiu por conta própria no YouTube.
Alguns meses se passaram e, com o país afundado em uma crise, a MP foi considera irrelevante para ser votada nesse momento. Com isso, perdeu a validade e deixou de existir. Nesse cenário caótico, a DAZN fechou seu escritório no Brasil, e foi embora do país. Ainda assim, mantendo transmissões. Contudo, deixando de ser exclusiva, para ter transmissões globais.
A crise da DAZN no Brasil e a devolução de direitos
Para este ano, a expectativa do DAZN era crescer sua base de assinantes em 50%. Para isso, abaixou o seu preço de R$ 37,90 para R$ 19,90 mensais. A Recopa Sul-Americana e o Campeonato Paranaense eram os principais produtos para aumentar essa base. Que como vimos, de fato aumentou. Porém, são competições curtas. O que acabou acarretando em cancelamento pós término.
Sem um escritório no Brasil, era provável diminuir a relação com o país. E foi o que aconteceu. Aos poucos, a plataforma deixou de exibir outras competições. Mais recentemente, o próprio campeonato paranaense, que tinha contrato até 2022, foi cancelado. Até o momento, a plataforma cancelou as transmissões de: Ligue 1, Serie A italiana, Copa Sul-Americana, Recopa Sul-Americana e o Campeonato Paranaense. Segundo informações, a DAZN também analisa a devolução dos direitos de transmissão da Premier League.
Entre os produtos que seguem ativos no país estão: a Série C do Brasileirão, a Liga MX (México), a FA Cup (Inglaterra) e o Campeonato Turco. Além deles, a DAZN fechou uma parceria com o festival Cinefoot, principal evento do cinema nacional sobre filmes dedicados ao futebol. Nele, são apresentados filmes, documentários e até o curta “A Culpa é do Neymar”, produzido em 2015 e protagonizado por Babu Santana.
