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Atuando agora pelo clube do coração depois de uma década no país do leste europeu, Marlos também falou sobre sua preparação para a temporada e demonstrou confiança no Furacão para o duelo de volta da Recopa Sul-Americana.
A última quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022, será mais uma daquelas datas que ficará marcada para sempre na memória do meia-atacante Marlos. O experiente jogador, de 33 anos, enfim, realizou o sonho de defender o seu clube do coração e a sensação experimentada foi incrível, afinal, o camisa 10 entrou em campo no segundo tempo do jogo de ida da decisão da Recopa Sul-Americana e marcou um golaço, que levou a apaixonada torcida do Furacão à loucura na Arena da Baixada.
“Como falei ontem, após ao jogo, a noite foi uma das mais especiais da minha carreira profissional. Esperei a minha vida inteira para jogar pelo Athletico, diante de nossa torcida, e ainda por cima com gol, em uma final, contra um grande time. Jamais vou esquecer desse momento. E espero que se repita mais e mais vezes”, ressaltou.
Uma década depois…
Pouco mais de dez anos depois de ter atuado pela última vez no Brasil, Marlos, com muita técnica e toque de bola refinado, levantou os torcedores nas arquibancadas, foi um dos destaques do time no empate em 2 a 2 com o Palmeiras, pela partida de ida da final da Recopa Sul-Americana, e deixou os atleticanos otimistas de que sua passagem será de muito brilho com a camisa rubro-negra, principalmente quando estiver no ritmo 100% ideal.
“A gente queria a vitória e ela escapou no final, mas o time se portou muito bem e está de parabéns. Sabemos como a equipe do Palmeiras é equilibrada e não é fácil enfrentá-la, mas demonstramos que temos plenas condições e vamos para São Paulo confiantes de que podemos fazer outro grande jogo para sairmos com o título”, declarou.
“Eu estava havia um bom tempo parado e ainda estou sem o meu ritmo ideal, mas, aos poucos, vou evoluir e farei de tudo pra ajudar o Athletico nesta temporada tão importante, com campeonatos bem difíceis pela frente”, completou.
Marlos, aliás, estará novamente à disposição de Alberto Valentim para o jogo de volta da decisão, que acontece na próxima quarta-feira (2), no Allianz Parque, em São Paulo. Quem vencer fica com o título. Em caso de nova igualdade, o campeão será conhecido nos pênaltis.
História repetida
O fato curioso é que a sensação experimentada por Marlos na última noite não é inédita. Já foi sentida pelo jogador em seu antigo clube, o Shakhtar Donetsk, onde fez história durante sete anos e meio, tornando-se um dos maiores atletas do clube.
Após deixar o futebol brasileiro, no fim de 2011, e defender o Metalist por dois anos e meio, ele iniciou sua trajetória de sucesso no Shakhtar Donetsk também marcando gol em uma decisão. Na ocasião, no dia 22 de julho de 2014, Marlos foi acionado aos 41 minutos do segundo tempo, no lugar de Taison, e fez um dos tentos do triunfo de 2 a 0 sobre o rival Dínamo de Kiev, que garantiu aos Mineiros a conquista da Supercopa da Ucrânia, o primeiro dos 12 títulos conquistados pelo jogador no Shakhtar.
Pelo Shakhtar, Marlos disputou 287 jogos oficiais, marcou 74 gols, deu 62 assistências e conquistou quatro Supercopas da Ucrânia (2014, 2015, 2017 2021), quatro Campeonatos Ucraniano (2016/17, 2017/18, 2018/19 e 2019/20) e quatro Copas da Ucrânia (2015/16, 2016/17, 2017/18 e 2018/19).
11º jogador que mais vezes atuou pelos Mineiros, de acordo com o site Transfermarkt, o meia-atacante ganhou ainda uma série de prêmios individuais, incluindo as eleições de melhor jogador do futebol ucraniano, em 2017 e 2018, em votação realizada entre atletas, treinadores e especialistas do futebol do país. Já em 2016, Marlos ficou com o prêmio de melhor atleta estrangeiro. Em 2015/16, ainda fez parte da equipe ideal da Liga Europa. Naquela edição, o jogador comandou o clube até a semifinal da competição. Na temporada 2019/20, o camisa 11 também ajudou o time a chegar novamente até a mesma fase do torneio continental.
Marlos pede paz na Ucrânia
Por falar em Ucrânia, a alegria de Marlos no momento só não está 100% completa pela atual situação em que se encontra o país onde viveu por uma década e do qual criou um laço muito grande chegando, inclusive, a se naturalizar e defender o país do leste europeu em 27 ocasiões, com um gol marcado e seis assistências distribuídas.
“Sobre a situação da Ucrânia, eu e minha família estamos extremamente tristes e preocupados. Moramos muitos anos lá, fomos sempre super bem tratados, fizemos várias amizades e temos fortes e eternos laços com o país. Eu defendia a seleção nacional e também me considero um ucraniano”, afirmou.
“Acho que a guerra não é a solução para nenhuma diferença de ideias. Desejo e rezo para que a paz volte a reinar o mais cedo possível e que todos os cidadãos fiquem bem”, finalizou Marlos.