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Conheça um pouco mais sobre a forma de jogar das equipes de Luís Castro, técnico português apalavrado com o Botafogo.
Após disputa entre Botafogo e Corinthians pela contratação do técnico português, Luís Castro acabou ficando com o Botafogo. Agora, para conhecer melhor o treinador, vale destacar alguns pontos do seu trabalho.
Luís Castro tem preferência pelos esquemas 1-4-3-3 e 1-4-1-4-1. Todavia, precisando se adaptar às equipes de seus últimos trabalhos, seu esquema tático mais utilizado foi o 1-4-2-3-1. Por isso, vale destacar, esse último sistema sofre variações durante o jogo para os outros dois citados anteriormente.
Aliás, variação tática é uma palavra-chave que podemos trabalhar por aqui. Mas de forma mais simples, vamos falar sobre o posicionamento da equipe em diferentes momentos do jogo. Dessa forma, vale começar pela saída de bola.
Saída de bola de Luís Castro
Para fazer a famosa “saída de 3“, Luís Castro utiliza um dos laterais. Não que ele não utilize os volantes, mas existe a preferência pelos laterais. Isso porque, quando não está muito pressionado, ele utiliza, na verdade, uma saída de 3+2. Ou seja, além da linha de 3 defensores, os dois volantes se apresentam mais fechados, juntos no meio de campo. Por que fechados? Existe uma explicação!
O treinador português gosta de ocupar muito bem cada espaço do campo de jogo. Dessa forma, os volantes mais fechados chamam a marcação, como podemos ver na primeira imagem. Assim, sobram espaços nas laterais, onde dois jogadores ficam bem abertos nas beiradas do campo, dois jogadores ficam entrelinhas, para jogar nas costas dos adversários, e o centroavante fica mais adiantado no meio como podemos ver na ilustração.
Portanto, se o adversário não pressionar a defesa de Castro, ele utilizará uma linha bem alta, chegando perto do meio de campo. E por falar em meio campo, os atletas se movimentam o tempo inteiro para gerar profundidade, criando assim, espaços para os meias receberem em boas condições. Além disso, a aproximação entre os companheiros é grande, criando assim, triangulações para sair jogando.
Dessa forma, as equipes de Luís Castro presam por uma compactação. É essa compactação que auxilia os jogadores a pressionar e recuperar a bola mais rápido, a ter melhores opções de passes e finalizar bem as jogadas.
Mas e se o adversário pressionar a saída?
Nesse caso, a defesa volta a se portar em uma linha de 4 defensores, mas mantém os dois volantes mais próximos da defesa. Com isso, ao invés de sair jogando com apenas três ou quatro jogadores no campo defensivo, a equipe tenta sair com cinco ou seis atletas. Nesse momento, é importante a movimentação dos meias, abaixando suas linhas e/ou recuando na defesa para receber a bola e movimentar propositalmente os adversários.
Todavia, vale destacar, que ambas as saídas de bola, exigem zagueiros construtores, ou seja, aqueles que sabem jogar com os pés. Pois como podemos ver na imagem acima, existe uma tendência em jogar sempre para frente. Sempre na direção do gol adversário. O que também cria um alerta. Em caso de erro ou contra-ataque, é preciso se recompor muito rápido, o que exige velocidade dos zagueiros. Como sabemos, não é o caso de Carli no Botafogo. O que pode complicar a vida útil do argentino.
Avançando na construção
Os zagueiros saíram jogando, os volantes puxaram a marcação e a bola chegou no meia entrelinha. Nesse momento, antes de mais nada, vale destacar que ele joga de costas para o gol adversário. Isso mesmo. Na verdade, ele atua de costas para a última linha de marcação, conseguindo se movimentar melhor. Esse é um dos padrões mais bem definidos das equipes de Luís Castro.
Continuando, ao achar a melhor opção, o meia pode decidir com um passe ou até mesmo uma finalização de fora da área. Contudo, em ambos os casos, os companheiros ocupam a área adversária de forma bem numerosa para terem vantagens no passe, no cruzamento e até mesmo no rebote. Aumentando as chances de gol. Aliás, superioridade numérica é um dos fatores que definem o trabalho do português. Em diversas entrevistas, ele fez questão de reafirmar a importância de chegar com muitas opções dentro da área adversária.
Transição defensiva e momento defensivo
O primeiro passo ao perder a bola, é o famoso pressing (perde e pressiona). Como citado anteriormente, ao atuar com as linhas altas, a recuperação da posse de bola se torna mais fácil pela proximidade entre os atletas. Fechando bem os espaços, os jogadores vão em cima do setor da bola, e não necessariamente no jogador que está com ela. Reduzindo assim, o tempo de ação do adversário e recuperando a posse.
Na imagem acima, selecionamos as recuperações no último terço de seis partidas diferentes. Entre elas: vitórias, empates e derrotas. Como podemos ver, em apenas seis jogos, o Al Duhail, de Luís Castro, marcou quatro gols roubando a bola no campo adversário. Mostrando assim, a importância e eficácia do perde e pressiona.
Quando o adversário está construindo a jogada desde sua defesa, as equipes de Luís Castro sobem a marcação para pressionar a saída de bola. Mais uma vez, fecha os espaços e deixa a linha defensiva mais adiantada o possível, para rebater ou recuperar a bola sempre longe do próprio gol.
Luís Castro no Botafogo?
Diante do novo projeto de John Textor no Botafogo, Luís Castro é o nome perfeito para comandar a reformulação do time. Não só por sua qualidade, mas por sua experiência. Durante uma década no Porto, o técnico português ficou sete anos entre a base e o time B, criando um modelo de jogo para o clube como um todo. Inclusive, influenciando no profissional, onde também comandou por três anos. É exatamente o que pretende Textor para o Botafogo.
Entre as vantagens de pegar um projeto do zero, é montar a equipe do zero. O elenco que o Botafogo tem hoje, não é o elenco que disputará o campeonato brasileiro. Por isso, quanto mais rápido sair a contratação de Luís Castro, melhor para o clube. Todavia, a demora não preocupa, pois entre o treinador e o clube, já está tudo acertado. Aliás, o técnico já dá aval sobre contratações em reuniões com o departamento de futebol do alvinegro carioca.
Portanto, caso se confirme, é um acerto e tanto do novo dono do Botafogo, que pela primeira vez, dará a um técnico, o respaldo necessário para errar até acertar. Pois como sabemos, infelizmente, isso não é algo habitual no Brasil.