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Jogador de futebol ganha muito? Conheça a verdadeira realidade do Brasil

Alex Akira
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A Confederação Brasileira de Futebol, apresentou em 2019, um relatório com números que ajudam a entender a realidade do esporte no país. Entre os dados, 55% dos atletas recebem até R$ 1 mil.


Dribles imprevisíveis, campos impecáveis, torcida cantando e gritando o nome do jogador. O futebol consegue despertar inúmeros sentimentos, paixões e inspirações, inclusive o sonho de se tornar um profissional. Mas, infelizmente, todo glamour e sucesso que vemos, muitas vezes pela televisão, como Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo, esconde uma realidade bastante diferente.

Segundo Luiz Otávio Teles Assumpção, Doutor em Sociologia do Esporte, o ambiente do futebol é culturalmente difundido no Brasil e isso estimula as crianças a crescerem com o sonho de ser um jogador profissional. Uma realidade nem sempre alcançada. Em 2014, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) publicou um estudo que corrobora a explicação de Assumpção, onde menos de 1% dos candidatos passam pelas peneiras dos clubes.

Você só vê os grandes salários, os atletas vivendo naquela vida de muita atração, mas você não vê a realidade concreta, a realidade real. O futebol não é democrático – Luiz Otávio Teles Assumpção, doutor em Sociologia do Esporte.

A realidade

Para ajudar a entender e desmistificar um pouco a realidade do esporte no país, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), apresentou, em 2019 com o cenário do ano anterior, um levantamento realizado pela consultoria Ernst & Young (EY) com números que saltam aos olhos, negativamente. Ao todo, eram cerca de 88 mil atletas profissionais. Sendo 11.683 com contratos ativos e apenas 132 mulheres. De acordo com o Doutor em Gestão do Esporte Paulo Henrique Azêvedo, essa baixíssima adesão feminina se deve à baixa valorização e investimento.

Há poucos sites que acompanham o futebol feminino do Brasil e eles não são muito vistos pelas pessoas. É preciso enxergar e oferecer os recursos necessários para que elas possam crescer. Maior visibilidade atrai mais patrocinadores – Paulo Henrique Azêvedo, doutor em Gestão do Esporte.

O estudo apontou ainda a tamanha desigualdade nos salários*: apenas 0,09% recebiam mais de R$ 50 mil mensais, o que equivalia a 350 jogadores. A enorme maioria, com 55% os vencimentos eram de até R$ 1 mil. Veja todos os números arredondados:

  • Até R$ 1 mil – 55%
  • De R$ 1.001 a R$ 5.000 – 33%
  • De R$ 5.001 a R$ 10.000 – 5%
  • De R$ 10.001 e R$ 50.000 – 4%
  • De R$ 50.001 a R$ 100.000 – 1%
  • De R$ 100.001 a R$ 200.000 – 1%
  • De R$ 200.001 a R$ 500.000 – 1%
  • Acima de R$ 500 mil – 0,1%

* Salário relativo ao assinado em carteira de trabalho (CLT) e contratos registrados na CBF, sem considerar os diretos de imagens.

O relatório ainda mostrou que a quantia gasta em salários dos jogadores na temporada 2018 alcançou incrível R$ 1 bilhão. Porém, 80% deste total está concentrado em apenas 7% dos atletas.

Alex Akira

Jornalista formado e pós-graduado em Jornalismo Digital. Atualmente é repórter no portal de notícias Metrópoles e redator em uma agência de publicidade. Possui experiências em assessoria de comunicação (Eletronorte); redação, rádio e televisão (Câmara dos Deputados). Também é graduado em educação física, com intercâmbio acadêmico na área do desporto na Universidade do Porto (UP), em Portugal, e é pós-graduado em Gestão do Esporte.
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