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Comprado por empresários, o Ludogorets saiu da terceira divisão para alcançar uma hegemonia consistente. Campeão de todas as temporadas desde que chegou na elite do país, o clube conta com diversos jogadores brasileiros no elenco.
As Águias de Razgrad demoraram a voar. O Ludogorets viveu toda a sua história sem conquistar um título, pior que isso, o clube sequer brigava por alguma coisa a não ser rebaixamentos. Sem expressão nacional, era um clube barato para quem quisesse investir. Com isso, as coisas mudaram em 2010. Os irmãos Domuschiev – Kiril Domuschiev e Georgi Domuschiev – decidiram comprar o time, na época, um investimento inicial de 25 mil dólares, mais barato que muito jogador de futebol.
Sem muito alarde e contratações milionárias, os empresários investiram em estrutura. Construíram um centro de treinamento e integraram as categorias de base com o profissional, criando padrões dentro do clube. Com uma visão diferente das demais equipes, contratou jogadores de menor destaque do que o próprio time, mas confiando no planejamento estrutural e no material humano, entendendo que as condições oferecidas pelo clube poderiam potencializar a carreira desses atletas renegados.
Com uma história parecida com o filme “Moneyball”, o clube trabalha minunciosamente no estudo de atletas que se encaixem no perfil da equipe, que é bem diferente do habitual na Bulgária. A estrutura é o maior valor que o clube possui atualmente, trabalhando com análise de desempenho e começando a carimbar o passaporte internacional disputando a EuroLeague e a Champions League.
Desde que foi vendido e subiu de divisão, a equipe conquistou todos os campeonatos búlgaros, oito no total. Além de conquistar a Série B durante o percurso, duas Copas da Bulgária e três Supercopas. É sem dúvida nenhuma uma das maiores hegemonias do futebol europeu, o que é cada vez mais um grande desafio, pois todos querem de alguma forma derrotar o poderoso time do país.
É justamente por conta dessa evolução dos atletas dentro do clube, que muitos começaram a ser observados por diferentes times da Europa. O goleiro Renan, revelado no Botafogo, é um desses casos, mesmo assim, alguns ainda preferem continuar na equipe. O Ludogorets oferece um ótimo ambiente, mas para fazer carreira, o campeonato búlgaro ainda não é nada atraente, como diz o próprio goleiro.
“O que eu não gosto do futebol do leste europeu é o nível técnico. Eu falo pela Bulgária e pelos países em volta. Não é muito alto o nível. Fica um jogo um pouco feio, de muito chutão”. – declarou Renan ao Globo Esporte.
Esse é um exemplo que explica a busca de um estilo de jogo próprio do clube. O Ludogorets conta atualmente com 8 brasileiros na equipe, apostando em um futebol veloz e ofensivo, o que já o diferencia bastante do próprio território. Ainda assim, a equipe continua tentando implementar o estilo ideal, juntando a base com o profissional.
Nessa questão de criação de um DNA, também estiveram presentes outros brasileiros, mais especificamente, na comissão técnica. Em 2018, Paulo Autuori foi contratado como técnico da equipe e levou Bruno Pivetti, que mesmo com a saída do treinador, continuou na formação da equipe até 2020. Pivetti foi considerado um pilar na construção e, principalmente, na manutenção do império do time búlgaro.
“Nossa primeira impressão foi de surpresa, porque o mercado europeu hoje em dia tem muitas restrições em relação aos treinadores brasileiros, inclusive pelo fato das licenças não serem equivalentes. Mas como o Autuori havia trabalhado muito tempo em Portugal, antes mesmo do título brasileiro pelo Botafogo em 1995, eles abriram a possibilidade de mercado para ele”, contou o brasileiro. “Quando ele me fez o convite, eu prontamente aceitei pelo desafio de poder trabalhar na Europa, de poder disputar as melhores competições de clubes do mundo”. – Bruno Pivetti, na Gazeta Esportiva.
Durante a última década, o clube mudou de escudo, jogadores e técnicos, mas não perdeu o hábito de levantar taças, o que para a equipe é essencial. O campeonato búlgaro só classifica o campeão para a Champions League, com isso, torna-se quase uma obrigação vencê-lo, pois são as competições internacionais que garantem uma boa saúde financeira ao clube.
Para eles ainda não é uma realidade se destacar nas competições continentais, mas já estão se tornando figuras carimbadas. A equipe chegou a empatar com o PSG na França, um dos melhores resultados contra gigantes do futebol mundial. Infelizmente, a imagem do clube ainda está mais atrelada ao gol do Ozil contra eles e da eliminação para o Milan do que qualquer outra coisa.
De qualquer forma, os empresários apostam na fórmula que vem dando certo para no futuro, conquistar novos horizontes, mesmo que demore bastante. É um processo paciente, de muito trabalho e filosofia. Dentro da Bulgária, só existe uma hegemonia, e o Ludogorets é dono dela durante toda a década.