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É de ficar abismado com o quanto poder o esporte possui, e o quanto esse poder se perde, no que diz respeito a divulgação de notícias, fatos, entre outras coisas.
Nesta última semana, vimos imagens caóticas vindas de Manaus, e que agora, estão atingindo cidades do interior do Estado, devido a problemas com a falta de oxigênio nos hospitais e centros médicos.
Sempre bom destacar que a ampla maioria das instituições são ‘entidades sem fins lucrativos’ e teriam que, obrigatoriamente, auxiliar a sociedade em questões tão importantes quanto essas, relacionadas a tragédias.
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Mas, se você acessar as redes sociais dos oito clubes que disputam a primeira divisão amazonense, parece que você vive em uma bolha, pois apenas o Fast Clube cita o que está acontecendo em Manaus, repassando contatos para o auxílio de oxigênio.
O Manaus diz para ficar em casa, mas praticamente não cita o problema nos hospitais.
Os outros clubes? Nem isso. Até parece que deram as costas para o que está acontecendo.
Esporte e Política se interligam mais do que nunca
Para fazer jus ao título, o esporte tem um poder propagador tão e mais potente do que política e religião. Não a toa os principais políticos mundo afora se abraçam a causas esportivas. É por carinho? Nada disso, é por crescimento político mesmo. E isso vai contra, inclusive, quem acha que isso não se mistura. Se mistura sim, e muito.
Tanto abraçam essas causas, que em muitos cantos do mundo, é normal termos equipes de Exército, Forças Armadas, Forças Policiais, Marinha, entre outros.
E em relação a religião, o esporte é mais potente sim, pois ele consegue englobar pessoas de distintas classes sociais, de distinto poder aquisitivo e de distinta orientação religiosa. Tanto que, como diz o ditado, ‘é mais fácil o torcedor trocar de religião do que de clube’.
Alguns até tentam montar clubes que tenham essa interligação, mas é complicado, e normalmente, a bolha do esporte não deixa ir além disso.
Guerreiros solitários
O lado bom é que, se os clubes não notaram a sua importância na sociedade, os jogadores sim, e tentam melhorias para a mesma. Rashford e Richarlison que o digam. São apenas dois exemplos de jogadores que vemos atitudes diferentes. Uma bolha de esperança em meio a uma nuvem espessa de omissão.
Richarlison se tornou uma das lideranças dentro de um futebol que, por vezes, se fecha para o que está acontecendo na sociedade (Crédito da Foto: Paul Ellis/AFP)
O esporte precisa ter a noção de que é um canhão bem potente, talvez um dos mais potentes, e que consegue repassar ideias, ideais, além de ser propor o pensar de uma sociedade. No caso, o esporte só vive numa bolha pois ele tem medo de quebrar, e também, por ter uma ligação muito forte com a política.
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Temos que se ter noção de que um país de verdade evolui com Educação, Esporte e Saúde. Economia? Se evolui caso as pessoas estejam bem de saúde, com boa educação e com disposição, isso só pra citar um exemplo do quanto podemos melhorar como país.
Não vamos aqui negar religiosidade e política e sua importância, mas o esporte precisa parar de ser um papel secundário.
Mas ele precisa perceber que ele, unido, é até mais forte que ambos, ainda mais em tempos tão sombrios, como os que vivemos atualmente.
Ele precisa ter essa noção, coisa que, infelizmente, não temos visto com tamanha frequência, seja no Brasil ou fora dele. Brumadinho que o diga.
Para ajudar na dura batalha que está acontecendo em Manaus, há diversas instituições que estão auxiliando.
Uma delas é o Instituto Ágape Manaus. Entre em contato pelo Instagram @institutoagapemanaus e veja como ajudar.