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Encantando seus torcedores, a Itália volta a brigar no topo do futebol europeu. Em sua primeira Eurocopa, a Itália de Mancini chega na final da competição como favorita.
O país que tanto encantou o mundo com seu futebol, passou bons anos em decadência. Se olharmos para o próprio campeonato italiano, até então sem muitos destaques, a Juventus doutrinou na última década. Contudo, as últimas temporadas mostraram que a Serie A está de volta. Conhecida por ser uma competição “muito defensiva”, a Serie A italiana foi, nas duas últimas temporadas, a competição europeia com mais gols. Coube a Inter de Milão, encerrar a hegemonia da velha senhora.
Com o campeonato de volta aos bons tempos, faltava a seleção italiana brigar no topo novamente. Missão essa, dada a Roberto Mancini, técnico e ex-atacante da Itália, que assumiu a seleção no fim do ciclo de 2018. Ou seja, ele disputa sua primeira Eurocopa.
Mas enfim, como joga a Itália de Mancini? Em sua primeira final, a seleção possui um modelo de jogo bem definido e, sempre no 1-4-3-3, a equipe conta com a joia Donnarumma, que trabalha muito com os pés, mas tem se destacado mesmo, como um bom substituto de Buffon.
A Itália de Mancini
Como vimos a partir do campeonato italiano, aquela história de Itália defensiva não é mais uma realidade. Certamente, ainda utilizam seu sistema defensivo muito bem, mas porque são bons nisso, e não porque não conseguem ser ofensivos. A Itália de Mancini busca, na verdade, ter a posse de bola. Entretanto, acima da posse de bola, está o controle do jogo. Mesmo que não a tenha, como no jogo contra a Bélgica, ela consegue ter segurança para controlar o jogo. Em todos os seus jogos, foi a Itália quem mandou na partida.
Para isso, Mancini conta com a movimentação de sua equipe, sempre ocupando bem o campo de jogo. Inclusive, o campo de ataque. Dando assim, uma mínima amplitude para a equipe. Normalmente, com seus três atacantes em linha.
Organização ofensiva
Como citado brevemente, a Itália conta com o goleiro Donnarumma para sair jogando na defesa. Nessa primeira fase, ele se junta aos experientes Bonnuci e Chielini na zaga, que contam com a aproximação de um volante. Já a chegada desse volante, faz com que os laterais abram mais na linha do meio de campo. Esses laterais são de extrema importância, já que é pelos corredores laterais, que a Itália busca atacar. Por isso, antes da lesão, o lateral-esquerdo Spinazzola era um dos principais jogadores da Eurocopa.
Além disso, ao subirem para o ataque, os laterais ajudam na troca de passes e nas triangulações da equipe, que contam com o brasileiro Jorginho como um modesto maestro ao lado do camisa 10 Insigne. Justamente por usar os corredores laterais, ao chegar no último terço, a Itália de Mancini busca povoar a área adversária para finalizar em vantagem numérica. Não atoa, a equipe é referência em bola na área.
Em cobranças de escanteios ou até mesmo em faltas próximas da área, existe um padrão italiano de posicionamento dos atletas dentro da área. Contando com seus zagueiros, a seleção italiana posiciona seis jogadores próximos ao gol adversário. Dentro da pequena área, dois zagueiros esperam a cobrança. Fora dela, quatro jogadores se movimentam para confundir a marcação.
E quando perde a bola?
Ao perder a bola, o jogador mais próximo a ela dá início ao processo de transição defensiva. É ele quem irá pressionar o adversário com a posse, enquanto seus companheiros se aproximam para ocupar a região do campo e tentar desarmar, interceptar passes ou apenas complicar a saída de bola do adversário. Sempre pressionando intensamente o adversário.
Caso não consiga recuperar de primeira, mas consiga se organizar defensivamente, a Itália de Mancini continua usando seus jogadores mais avançados para pressionar. Mas dessa vez, com uma marcação alta. Sempre compacta. Quanto mais o adversário chega perto de seu gol, mais agressiva fica a pressão de seus atletas. A ideia nesse caso, é ocupar a região central. Justamente, para deixar os corredores laterais livres para atacar em contra-ataque. Ademais, evitam infiltrações e finalizações do adversário.
Prestígio recuperado?
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Enfim, essa pode não ser uma seleção histórica o suficiente para a maioria dos amantes do futebol. Contudo, ela tem recuperado o prestígio internacional, ausente nos últimos anos e, jogando de forma bonita, trouxe de volta o orgulho de seu torcedor. Pode parecer pouco para o tamanho de sua tradição, mas para um começo de trabalho, são ótimos resultados.
Portanto, nesse domingo, dia 11 de junho de 2021, a Itália volta a disputar uma final. Favorita com méritos, a seleção de Mancini vai se despedindo de ídolos, e dando início a uma nova geração. Tudo isso, na maior competição europeia de futebol.