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A torcida de um dos times mais populares do mundo carrega com ela um dos apelidos mais estranhos. Conhecidos como “Culés“, que em espanhol deriva-se da palavra bunda, os torcedores do Barcelona conseguem explicar o apelido.
No início do século passado (1909 a 1922), o FC Barcelona mandava seus jogos no modesto estádio de Camp del Carrer, conhecido como La Escopidora, o primeiro estádio do clube catalão. Por mais que tenha sido pioneiro em questão de iluminação artificial, a capacidade do estádio era de apenas 6.000 torcedores e as dimensões do campo eram menores do que os principais estádios.
Na época, o Barcelona já se mostrava grande demais para o estádio. Em 13 anos, o clube conquistou 8 campeonatos da Cataluña e 5 Copas do Rei. Com tanto sucesso, é claro que a equipe atraiu muitos torcedores. Entretanto, para poder assistir as partidas, os torcedores precisavam se aglomerar para arrumar uma vaguinha no estádio. Foi então, que os muros viraram arquibancadas.
Culés e os apelidos espanhóis
Apelidos “aleatórios” não é uma exclusividade do Barcelona, inclusive, podemos usar exemplos dos próprios rivais do clube. O Atlético de Madrid, conhecido como colchoneros, ganhou esse apelido na década de 1930, durante o período da Guerra Civil Espanhola. A origem do nome é por causa de seu uniforme, que era listrado em vermelho e branco assim como os colchões vendidos no país, forrados com um pano listrado nas mesmas cores.
Assim como o Barcelona, o Real Madrid é outro rival que possui um apelido derivado de um certo momento. Também no início do século passado, as crônicas esportivas marcavam o cenário do futebol. Foi justamente a partir de uma, que surgiu seu apelido. Os jornalistas esportivos e comentaristas começaram a comparar o branco da camisa do clube ao branco da sobremesa, chamada de merengue, um doce feito a partir de claras de ovo batidas, semelhante ao suspiro que conhecemos aqui no Brasil. Logo, o apelido ganhou notoriedade.
Inclusive, dar nome aos bois parece ser um grande passatempo espanhol. O próprio Real Madrid por exemplo, também possui a alcunha de Vikings, tendo inclusive uma torcida organizada chamada de “Orgullo Vikingo”. O nome também surgiu graças aos jornais, mais precisamente, ao jornal inglês The Times, que comparou a vitória de virada do Real por 7 a 3 no Eintracht Frankfurt na final europeia de 1960 com uma invasão viking. Entretanto, esse nome ficou em segundo plano, fazendo parte apenas de algumas torcidas organizadas, como já citado.
Orgulho culé
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Voltando ao Barcelona, muita coisa mudou desde a origem do apelido. Depois do primeiro estádio, o Barcelona ainda sediou seus jogos no Les Corts antes de chegar ao Camp Nou que conhecemos hoje. De lá para cá, muitos outros títulos foram conquistados, inclusive, mais importantes, como campeonatos europeus e mundiais de clubes. Além disso, a gama de ídolos do clube é de se bater palma. Ainda assim, o que não mudou foi o apelido, que mesmo com tantas glórias póstumas, na verdade não morreu, continuam sendo os culés. Se não na estrutura, na torcida, que também possui jogadores como Piqué, que se autodeclaram como culé.
“Nós, culés, tendemos a ser negativos, mas vivemos uma época muito boa e temos que confiar em nós mesmos.” – disse o zagueiro Piqué, sócio do Barcelona desde que nasceu.
Manter o apelido é uma forma de se lembrar das origens. Um passado tão distante mas tão próximo. Inclusive, quase igual. Naquela época, já conquistavam diversos títulos, e hoje não é diferente. Mas conseguiu melhorar sua estrutura e agora disputa mais campeonatos do que no passado. Tentar zoar o torcedor catalão com o apelido de culé não dá certo, para eles é motivo de orgulho desde o início, lá em 1909.