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Dirigentes de clubes geraram uma crença popular de que a venda de camisas paga o salário do jogador contratado. Mas não é assim que a banda toca!
Com o fim de uma das maiores janelas de transferências de todos os tempos, as novas camisas de Messi e Cristiano Ronaldo esgotaram em todas as lojas. Em apenas um dia de cada contratação, não restou nada. Entretanto, o diretor de marketing do PSG “revelou” o que muitos dirigentes não gostam de revelar: nenhuma venda de camisa é suficiente para pagar o salário de um atleta.
Em entrevista ao jornal “AS”, Toni Roca, especialista em direito desportivo e diretor do Instituto de Direito Desportivo afirmou:
“As receitas da venda das camisas vão diretamente para as marcas que as gerem e não para os clubes. Neste caso o beneficiário é a Nike e não o PSG. Se estabeleceu na sociedade que as grandes estrelas do futebol são capazes de pagar o custo da assinatura em apenas uma semana, ou mesmo um dia. Nada poderia estar mais longe da verdade. Os clubes ou não recebem absolutamente nada da venda dos uniforme com estas transferências ou só recebem uma quantia (aproximadamente 10%) quando o volume de vendas é muito elevado. Nem Cristiano Ronaldo amortizou a sua mudança e nem Messi o fará com o PSG.“ – declarou Toni.
Portanto, se nem Messi e Cristiano Ronaldo esgotando as camisas em meia hora conseguem se pagar, imagine jogadores que chegam ao futebol brasileiro com essa desculpa. Em 2020, o Botafogo contratou as estrelas Honda e Kalou alegando que o retorno da venda de camisas e produtos os pagaria. Não foi o que aconteceu. Mas para onde vai esse dinheiro?
O dinheiro da venda de camisas
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Para começo de conversa, por mais cara que seja uma camisa de futebol, ela não é lucrativa nem para os clubes, nem mesmo para os fornecedores. Mas obviamente, é muito menos lucrativa para os clubes. No caso dos fornecedores, eles ganham expondo suas marcas. Enquanto isso, os clubes levam entre 10 e 15% do lucro das vendas. Contudo, com a dificuldade de alguns clubes, existem contratos que chegam a receber apenas entre 5 e 7% do lucro. Quanto mais alto o valor fixado, menor o percentual de royalties.
Portanto, é praticamente impossível uma contratação ser paga com a venda de camisas. No caso do PSG, o diretor de marketing explicou que, mesmo se conseguissem vender uma quantidade para isso, não seria possível, pois não tem como produzir tanta camisa em tão pouco tempo.
Já no caso de Cristiano Ronaldo, que vendeu mais camisas em menos tempo, também não é possível. No site oficial do United, os modelos de camisa do craque variam de 79.95 a 114.95 libras. Adotando o cenário mais otimista, o clube precisaria vender 1,3 milhões de camisas com o nome do português para cobrir apenas um ano de seu salário.
Recordes insuficientes
Mas como bem sabemos, é muito difícil chegar a esses números. O recorde mundial é do próprio Cristiano, que vendeu 520 mil camisas em um dia. Contudo, a tendência ao longo do tempo é que os números diminuam gradativamente. Certamente, pode alcançar 1,3 milhões, mas já não será em uma temporada. O que anula a chance de pagar seu salário por apenas um ano.
Quando Messi foi contratado pelo PSG, notícias se espalharam dizendo que o clube havia vendido 1 milhão de camisas do craque argentino. Por isso, o diretor de marketing do clube, Fabien Allègre, precisou ir ao jornal “L’Equipe desmentir os rumores.
“É uma loucura inventar tais números. Sim, é verdade que a tendência de vendas tem sido espetacular, mas estamos muito longe do milhão de camisas vendidas. O acordo com Messi foi feito muito rapidamente, não é algo que pudéssemos ter previsto. Somos ágeis, mas temos de lidar com os tempos de produção dos nossos parceiros. Não somos mágicos“, declarou Allègre.
Portanto, se fosse possível pagar jogadores com a venda de camisas, qualquer time poderia contratar grandes craques mundiais. E isso não é a realidade. Nem para o milionário PSG, muito menos para o seu time do coração.