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De todos os títulos, prêmios e gols, um lance ficou marcado na carreira de um ídolo do Manchester United. A voadora de Éric Cantona em um hooligan fascista fez do francês imortal na história do clube e do futebol inglês.
Em janeiro de 1995, um acontecimento marcou uma geração da Premier League. Enquanto Crystal Palace e Manchester United se enfrentavam e empatavam por 1 a 1, Éric Cantona, ídolo dos Red Devils, deu uma voadora em um torcedor que o provocava.
Na época, Cantona foi multado em 12 mil dólares pela Federação Inglesa, que o proibiu de atuar durante nove meses. Mas isso foi só o começo. Depois, foi multado em 25 mil dólares e proibido de atuar profissionalmente pela FIFA, entidade máxima do futebol. Para terminar, foi condenado a duas semanas de prisão pela Justiça, que acabou negociando a liberdade por 120 horas de serviços comunitários.
Como um bom badboy, Cantona além de não se arrepender do fato, ao ser questionado sobre qual foi o melhor momento de sua carreira, ele coloca a voadora em primeiro lugar.
“Foi quando dei o chute de kung fu em um hooligan porque este tipo de gente não tem nada o que fazer em um jogo. Acredito que é um sonho para alguns dar um chute neste tipo de gente. Assim, eu fiz por essas pessoas, para que elas ficassem felizes”. – Éric Cantona em entrevista à BBC.
Com tantos títulos e prêmios no currículo, reagir a provocação de um hooligan talvez seja um algo a mais, um gosto que poucos tiveram. Aliás, o lance foi mais do que uma provocação, houve xenofobia por parte do torcedor.
A voadora de Éric Cantona
A atitude surgiu após o jogador ser expulso em um lance e, ao caminhar para o vestiário, ouviu a seguinte frase do jovem hooligan: “Volte para a França com a vagabunda da sua mãe, idiota”.
Foi questão de segundos para a chuteira do atacante francês parar no corpo do torcedor. Não contente com a primeira agressão, Cantona emendou um soco após cair e rapidamente levantar-se do chão, como lembra ao responder leitores da revista “FourFourTwo“.
– Se me custou cair de bunda no chão? Eu caí com os pés, não com a bunda, como o leitor diz. E por isso que tentei dar um soco. Mas eu não o esmurrei com força suficiente. Devia ter dado um soco com mais força. – ironizou o francês.
O acontecimento ficou tão marcado na memória dos fãs de futebol que, ao mesmo tempo, poucos se lembram do jogo em si. Mas e o torcedor? Quem era o famigerado hooligan nazi/fascista?
Quem é quem na história?
Naquela noite, a reação da imprensa inglesa foi muito negativa. Mas na contramão da maioria, Richard Williams, do jornal “Independent“, disse em tom de brincadeira que: “O único erro de Éric Cantona foi parar de atingi-lo. Quanto mais descobrimos sobre o Sr. Simmons, mais o ataque de Cantona parecia a expressão instintiva de um julgamento moral sem falhas.”
Matthew Simmons, o homem que recebeu uma voadora de Éric Cantona possui uma ficha extremamente repugnante. Na verdade, seu rosto não era tão desconhecido. Ele frequentava comícios do National Front, grupo fascista e nacionalista britânico com um histórico de violência, algo que ele também é familiarizado. Mesmo após o caso, Simmons se envolveu em outras confusões. Em 2011 por exemplo, ele foi condenado por agredir o ex-técnico da equipe juvenil de seu filho.
Em declarações, o torcedor do Crystal Palace se defendeu dizendo que gritou apenas “você vai para o chuveiro mais cedo”. Entretanto, as testemunhas em volta reafirmam a versão de Cantona, onde Simmons teria descido onze degraus do estádio para xingar o francês com ofensas xenófobas.
Por mais que uma agressão não seja o recomendado, a torcida do Manchester United aumentou ainda mais a sua idolatria pelo jogador após o ocorrido. Até mesmo no mundo do marketing, a agressão serviu para a Nike usar a imagem de Cantona como o badboy dos gramados. De fato: Cantona era uma lenda pelo seu futebol, mas virou imortal por causa de uma voadora.